Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs

Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs, patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian
Escola Secundária José Saramago - Mafra

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

FELIZ NATAL!...

Adoração dos Reis Magos, do Maestro dell'Albero della Vita (1347), fresco da Basílica de Santa Maria Maior, em Bergamo
Imagem daqui.



A ESTRELA DO NATAL
Era Inverno. Soprava
Da estepe um grande vento.
E no fundo da gruta, no flanco da colina,
Tinha frio a criança.

A gruta estava repleta
Dos animais domésticos,
E em torno flutuava um tépido vapor.

Das mantas sacudindo o feno das enxergas
E grãos de milho,
Do alto do rochedo os pastores olhavam,
Ensonados olhavam.
(…)
E perto deles, mais tímida que uma lanterna,
Num pátio pobre,
A estrela nunca dantes vista
Iluminava o caminho que leva a Belém.
(…)
Luzia como se fosse feno em chamas,
Como um fogo de palha,
No mundo apavorado
Pela aparição da estrela nova.

No céu avermelhava-se a aurora,
A aurora profética,
E dirigiam-se os três astrólogos
Ao chamamento desses fogos ignotos.

Os camelos da escolta levavam presentes,
E enfeitados, carregados, os burros, em curtos passos,
Vinham de escantilhão pela colina abaixo.

Uma estranha miragem atravancava o horizonte,
E era o futuro, e eram os sonhos de todos os séculos,
Os pensamentos e os sonhos de um mundo novo,
Os sonhos das crianças, toda a arte dos nossos museus,
As farsas dos duendes, a obra dos mágicos,
As árvores de Natal, os sonhos das crianças,
A chama trémula das velas, os cabelos dos anjos,
… E mais asperamente soprava da estepe o grande vento…
Todos os pomos de ouro, todas as bolas de ouro.

Amieiros cercavam com os ramos o tanque,
Mas do alto do rochedo via-se o brilho da água,
Entre os ninhos dos pássaros e os ramos das árvores,
E os pastores viam, para lá do tanque,
Passarem camelos e burros carregados.
E exclamavam, aconchegando-se nas mantas:
“Vamos com esta gente adorar o milagre.”

Batiam os pés e empurravam-se através da neve.
Vestígios de pés nus ao presépio levavam,
Vestígios que brilhavam com um fulgor de mica.
Agitavam-se os cães em torno das pegadas
Como diante do fogo que salta de um tição.

E esta noite fria assemelhava-se às noites dos contos:
Iam e vinham sombras invisíveis,
Do meio do caminho para os taludes cobertos de neve.
Os cães estavam inquietos; voltavam-se amiúde,
Medrosos, e às pernas dos donos se acolhiam.

Neste mesmo caminho, e pelo mesmo campo,
Caminhavam anjos no meio da multidão,
Emissários ocultos aos olhos dos mortais,
Mas cujos passos através da neve vestígios desenhavam.

Junto de um grande rochedo, a multidão parou.
Aclarava a madrugada e viam-se alguns cedros.
A Virgem perguntou de onde vinha tanta gente.
“- Somos os pastores e os anjos do céu
E aqui vimos prestar nossa homenagem.”
“- O curral é pequeno. Têm de esperar à porta.”

No confuso nevoeiro, cinzento como cinza,
Porqueiros, vaqueiros, pastores, os pés batiam,
E peões e cavaleiros proferiam pragas entre eles.
Ao pé de uma árvore escavada que servia de bebedoiro,
Os camelos gemiam, escoucinhavam os burros.

Aproximava-se a manhã. E no céu a luz
Começou a expulsar
A última poeira cinzenta das estrelas,
E Maria descobriu os magos no meio da turba:
Foram eles os primeiros a entrar no presépio.

A criança dormia, resplandecente, na manjedoira,
E por único trajo, a guardá-la do frio, apenas tinha
O bafo que vinha das ventas do boi, dos beiços do burro.

De pé, os visitantes, na noite do curral,
Docemente trocavam tímidas palavras.
E, na sombra, um pastor, tocando o braço de um dos magos,
Apontou-lhe, à entrada, a estrela nova,
A estrela de Natal que ficara
A contemplar Nossa Senhora.


Boris Pasternak, “A Estrela do Natal”


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

DA CONCISÃO XLIV


Imagem daqui.


"A arte não transmite um conhecimento. Faz nascer um conhecimento. A literatura não nos comunica os sítios. Fá-los recriar no espírito do leitor. (...) Os lugares dos livros constam de um universo construído na confluência de duas imaginações e vivências, de duas subjectividades: a nossa e a do autor."

Mário de Carvalho, Quem Disser o Contrário É Porque Tem Razão, Porto, Porto Editora, 2014, p. 207.



terça-feira, 16 de dezembro de 2014

DIETA MEDITERRÂNICA


Imagem e informações no sítio da Biblioteca Nacional de Portugal.


O lançamento da obra Dieta Mediterrânica: uma herança milenar para a Humanidade, de Jorge Queiroz, terá lugar no Auditório da Biblioteca Nacional, no dia 18 de dezembro, pelas 18h00. A entrada é livre.



segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

HOMENAGEM A AGUSTINA BESSA-LUÍS NO MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA DE SÃO PAULO


Imagem e todas as informações no sítio do Museu da Língua Portuguesa.


É inaugurada amanhã, 16 de dezembro, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, uma exposição em forma de homenagem a Agustina Bessa-Luís. A mostra conta com 20 painéis ilustrados com textos e fotografia, sobre a vida e a obra da escritora nascida em Vila Meã, Amarante, em 1922.
A exposição estará patente até ao dia 1 de março de 2015.


VII TORNEIO DE XADREZ DA ESJS


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

MANOEL DE OLIVEIRA, 106 ANOS


Imagem daqui.


Hoje, dia em que comemora 106 anos de idade, Manoel de Oliveira estreia, no Porto, mais um filme (na verdade, uma curta-metragem de 19 minutos) intitulado O Velho do Restelo. Nele reúne, num banco de jardim dos nossos dias, Dom Quixote, Luís de Camões, Teixeira de Pascoaes e Camilo Castelo Branco.
O "trailer" do filme poderá ser visto aqui.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A BATALHA DE TABATÔ


A Batalha de Tabatô, de João Viana (2013)


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

7º CICLO DE CINEMA ISRAELITA

Imagem e programa aqui.

Os filmes Kicking Out Shoshana, The Dove Flyer, Hill Start, A Place in Heaven e Dancing Arabs serão exibidos na versão original, com legendas em inglês.

Em Lisboa, de 11 a 14 de dezembro.


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

VERDADE, ASPIRINA E OUTROS INGREDIENTES DA PANACEIA PESSOANA

Imagem e informações detalhadas aqui.


Incluída numa série de comunicações sobre Tópicos Pessoanos, esta conferência será pronunciada por Madalena Lobo Antunes, no dia 12 de dezembro, pelas 18h30, na Biblioteca Nacional de Portugal. A entrada é livre.



quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

REVISTA DE ESTUDOS SARAMAGUIANOS



Revista académica que terá edição eletrónica e gratuita.
Do primeiro número haverá também uma edição em papel.

Todas as informações poderão ser consultadas no sítio da Fundação José Saramago.


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

DA CONCISÃO XLIII

     
Imagem daqui.



         "(...) aprender não é só aumentar a bagagem dos nossos conhecimentos; aprender é também desconfiar do que vamos aprendendo.
            E estar disponível."

Jaime Salazar Sampaio, "O teatro: pedagogia ou divertimento?", in Passadores de Leituras, Cadernos de Criatividade, nº 7, publicação da Associação Educativa para o Desenvolvimento da Criatividade, 2007, p. 61.




segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

DEBATE PELA LIBERDADE

The Great Debaters, de (e com) Denzel Washington (2007)


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

DA CONCISÃO XLII


Imagem daqui.



"Porque o mundo vai de maneira
que quem honra desejar,
convém-lhe sempre d'estar
inda que seja canseira,
sem ver, ouvir, nem falar."

Auto de Dom André, texto de autor anónimo quinhentista, com leitura, apresentação, regularização do texto, notas e glossário por Maria José Palla, Lisboa, IN-CM, 1993, p. 45, vv. 395-399.



quarta-feira, 26 de novembro de 2014

FESTA DOS LIVROS 2014




Como já é hábito nesta altura do ano, a Fundação Calouste Gulbenkian promoverá uma vez mais, no seu Edifício Sede, a Festa dos Livros.

De 27 de novembro a 23 de dezembro de 2014.

Das 10h00 às 20h00.



BIBLIOTECA JACQUES DELORS E PROJETO CARREIRAS INTERNACIONAIS

Imagem e informação aqui.


terça-feira, 25 de novembro de 2014

VISÕES DE PORTUGAL MEDIEVAL - III CONGRESSO INTERNACIONAL





O III Congresso Internacional - Visões de Portugal Medieval terá lugar no Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, nos dias 26 e 27 de novembro. O programa poderá ser consultado aqui.



SEM PALAVRAS XXXVIII


Pedro Jóia, Dança Palaciana


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

PALAVRA DO ANO 2014

Imagem e informações detalhadas aqui.



À semelhança de anos anteriores, a Porto Editora desafia os portugueses a sugerirem qual é a 
palavra que marca o ano de 2014. Poderá participar até ao dia 30 de novembro, bastando aceder a www.infopedia.pt/palavra-do-ano 

No dia 1 de dezembro serão apresentadas as 10 palavras candidatas a palavra do ano. A partir dessa data e até 31 de dezembro de 2014, será aberto o período de votação.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

ORLANDO FURIOSO




"Damas, cavaleiros, armas e amores,
cortesias e audazes feitos canto,
do tempo em que o mar Mouros vingadores
passaram, para França molestar tanto,
seguindo a ira e juvenis furores
do rei de África, Agramante, porquanto
ousou vingar a morte de Troiano
em rei Carlos, imperador romano.

Direi de Orlando, simultaneamente,
o que nunca foi dito em prosa ou rima:
por amor ficou furioso e demente,
tendo antes de sensato fama opima;
se a que quase me fez o equivalente,
e o pouco engenho sem cessar me lima,
permitir que eu conserve o requerido
para levar a bom fim o prometido.
(...)"
Início do Canto I de Orlando Furioso, de Ludovico Ariosto, tradução de Margarida Periquito, Lisboa, Cavalo de Ferro, 2007, p. 47.



domingo, 16 de novembro de 2014

JOSÉ SARAMAGO - 16 DE NOVEMBRO

José Saramago na Póvoa de Varzim, após o lançamento da obra Viagem a Portugal, em 1981.
Foto de Luís Severo, daqui.



"Na carreira de José Saramago, ao encontro da palavra poética segue-se o encontro do género privilegiado: o romance. Mas é essa palavra que o funda, semente lírica que faz vibrar a ideia, nessa vibração implicando o escritor que a produz, esse mesmo que é o sujeito activo do trabalho de escrita e que vimos erguer-se literariamente diante de nós com força maior nos livros de crónicas, seus traçados essenciais do caminho principal que se abriu na determinação cerrada de Manual de Pintura e Caligrafia. (...) Em 1980, com a publicação de Levantado do Chão, verifica-se que José Saramago escreve o seu primeiro grande romance, e isso não porque modifique o cânone da novelística (...) mas justamente porque, parecendo querer ir ao encontro do romance como género narrativo paradigmático, ergue afinal uma obra que desse paradigma assume o fundamental, mas onde o fundamental se transfigura pela acumulação da experiência literária anterior, intensa e diversa, disso resultando uma proposta de urdidura ficcional muito específica que imediatamente vai ao encontro da sensibilidade fascinada dos leitores contemporâneos. (...)

A nosso ver, o encontro da específica forma romanesca praticada por José Saramago é-lhe em grande parte proporcionada pela concepção do tempo. Este é o tempo da gesta (atitude activa do herói-sujeito, que o narrador quase mais não faz que contemplar, descrevendo) e o da sucessão inexorável (que destrói, mas também transformando cria); e desta conjunção entre continuidade temporal e intervenção humana vai Saramago extrair uma noção de alteridade que, arrancada à sua marca simbolista de patologia e impossibilidade e à conotação de um plural indeciso de escolhas e certezas veiculada (...) pela sucessão dos modernismos, é a proposta de diálogo entre todo o diverso, ou melhor, de conjunção acertada e dramática das várias condições que situam o homem no mundo, seu entrecruzar doce e fecundo, sua irreparável desarmonia que se deplora e compensa em literatura. (...)

Esta forma-romance vai ter uma realização ímpar nesse que é já um dos textos mais célebres da literatura portuguesa de todos os tempos: Memorial do Convento (1982). É este texto que vem clarificar as condições teóricas da capacidade que a literatura tem de representar o mundo, na concepção romanesca de José Saramago. (...) Memorial do Convento, que relata a gesta dos operários setecentistas que construíram o Convento de Mafra - por determinação do rei que, vendo satisfeito o seu desejo de conseguir um herdeiro, o manda edificar em obediência a voto religioso -, vai ocupar-se também do feito singular, relativamente anedótico mas inaugural, da construção da «Passarola» pelo Pe. Bartolomeu de Gusmão. (...)"

Maria Alzira Seixo, O Essencial sobre José Saramago, Lisboa IN-CM, 1987, pp. 38-42.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

MANOEL DE BARROS (1916-2014)

Imagem daqui.



9.
De noite passarinho é órfão
para voar. Não enxerga
nem o pai das vacas
nem o adágio dos arroios.
Seu olho de ovo emaranha com folhas.
No escuro não sabe medir direção e trompa nos paus.
Passarinho é poeta de arrebol.

Manoel de Barros, "Seis ou treze coisas que eu aprendi sozinho", Compêndio para Uso dos Pássaros, Vila Nova de Famalicão, Quasi Edições, 2007, p. 308.



terça-feira, 11 de novembro de 2014

DA CONCISÃO XLI


O anjo sorridente da catedral de Reims.
Imagem daqui.



"Foram-me dadas asas, mas onde está o ar para onde eu possa voar?"

Jón Kalman Stefánsson, A Tristeza dos Anjos, Cavalo de Ferro, 2014, p.198.



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

ANTÓNIO LOBO ANTUNES - "bon qu'à ça"!


Ginger Rogers e Fred Astaire, no filme Swing Time (1936), de George Stevens



"Há anos o Libération ressuscitou aquele inquérito dos surrealistas, Pourquoi écrivez-vous? Havia pessoas que respondiam uma página inteira. A resposta mais curta era do Beckett, Bon qu'à ça. Eu digo que escrevo porque não sei dançar como o Fred Astaire. Se soubesse dançar como ele escusava de escrever. Não quer dizer que trabalhasse menos. Escrever é a mesma coisa. O Renoir sustentava que não há talentos, há bois. Mas há muito poucas pessoas com talento. Já reparou no deserto? Compare com o século XIX em que tinha 30 génios ao mesmo tempo. Na Rússia, de repente, Tolstoi, Dostoievski, Gogol, Pushkin, Lermontov, podemos continuar. Em França uma data deles, em Inglaterra. Agora não há."

Entrevista de Isabel Lucas a António Lobo Antunes, suplemento Ípsilon do jornal Público, 7/ 11/ 2014, p.8.


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

LANZAROTE - A JANELA DE SARAMAGO


Lanzarote, a Janela de Saramago, de João Francisco Vilhena.
Imagem daqui.



A exposição de fotografia "Lanzarote - A Janela de Saramago", de João Francisco Vilhena, será inaugurada no dia 8 de novembro de 2014 e estará patente até ao dia 3 de janeiro de 2015, na Cooperativa de Comunicação e Cultura - Salas Câmara Escura e Câmara Clara, em Torres Vedras.

Todas as informações poderão ser consultadas no sítio da 

 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

LOUCAMENTE

Imagem e informações detalhadas aqui.


Exposição sobre o bem-estar da mente, cujo objetivo é substituir o preconceito pelo conhecimento e o estigma pela compreensão.

 Para visitar no Pavilhão do Conhecimento até setembro de 2015.


terça-feira, 4 de novembro de 2014

O ESTALEIRO DA ESCRITA



Imagem daqui.


« Plus tu avances, plus tu vas vers des choses douces. Le plâtre, ensuite les enduits, fins et souples à travailler et au final les crèmes et la peinture, agréables à l'oeil. Et en même temps, je réfléchis. C'est le principe de tout travail : la préparation. Même dans les romans.»


Nan Aurousseau (1951), canalizador e escritor francês, numa entrevista à revista Nouvel Observateur,1-7/ 04-2010


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

JÓIAS DA CARREIRA DA ÍNDIA




"Dá-se a conhecer nesta exposição um impressionante conjunto de várias dezenas de peças de ouro e prata, delicadamente trabalhadas e enriquecidas com preciosas gemas e esmaltes de cores vibrantes. Objectos preciosos que não surgem isolados, para serem fruídos apenas pelos seus méritos artísticos ou valor material, mas contextualizados e enquadrados nas dinâmicas dos tempos que os viram nascer. Um conjunto de obras que nos surpreende e que, como Mendes Pinto, nos levam a dizer: que em meus dias nunca vi cousa tão maravilhosa."

Do sítio do Museu do Oriente - aqui.


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A ARTE PÚBLICA NO PARQUE DAS NAÇÕES

Imagem e todas as informações aqui.


Passeio a pé, com a duração de 3 horas, orientado por Gabriela Carvalho, olisipógrafa, dia 1 de novembro de 2014, pelas 10 horas.




quinta-feira, 30 de outubro de 2014

DIA DRUMMOND NA FUNDAÇÃO JOSÉ SARAMAGO


Imagem e todas as informações em


O Dia Drummond, 31 de outubro, é uma iniciativa do Instituto Moreira Salles, do Brasil, à qual se juntou a Fundação José Saramago, em Portugal. Neste dia pretende-se homenagear o poeta Carlos Drummond de Andrade na data do seu aniversário. 

Será exibido, na Fundação José Saramago, um documentário intitulado Vida e Verso de Carlos de Drummond de Andrade, produzido pelo Instituto Moreira Salles, com guião e direção de Eucanaã Ferraz e fotografia de Walter Carvalho. A entrada é gratuita.



quarta-feira, 29 de outubro de 2014

PINTURA E CINEMA


Mr. Turner, de Mike Leigh (2014)


William Turner (1775-1851), Quilleboeuf, Foz do Sena (1833)


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ESCRITA CRIATIVA



O novo livro de Mário de Carvalho, Quem Disser o Contrário É Porque Tem Razão, é uma incursão do escritor no mundo da escrita e da ficção.


"Nunca me canso de salientar que somos todos contemporâneos. A história dos homens é muito curta. A Ilíada, a Odisseia, Os Lusíadas, as obras mais recentes estão todas no mesmo plano. E com elas podemos dialogar. Claro que há quem diga que é bom não ter uma hiperconsciência em relação ao que se está a fazer, já que pode contribuir para o tal bloqueio do escritor. E a experiência de leitura não tem de ser sistematizada. Tem é de estar depositada em qualquer lado, a alertar-nos para o que já foi dito. Não quer dizer que sejamos especialistas em Literatura. Tem é de se ter um pecúlio mínimo, um acervo com estas ou aquelas obras, a partir do qual se parte para a escrita. Estar sempre a descobrir a pólvora talvez não seja boa ideia. As descobertas que nos antecedem estão lá, plantadas, para nos iluminar."

Entrevista de Luís Ricardo Duarte a Mário de Carvalho, Jornal de Letras, 15 a 28 de outubro de 2014, pp. 7-8.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

AQUISIÇÕES RECENTES

Fotografia: Pedro Freire e Rúben Damião, alunos do Curso Profissional de Multimédia da ESJS


FRANCO, José Eduardo; CALAFATE, Pedro (coord.) – Padre António Vieira – Cartas e Papéis Vários. Tomo I, Volume V. Maia: Círculo de Leitores, 2014. 413 p. ISBN 978-972-42-4870-7

FRANCO, José Eduardo; CALAFATE, Pedro (coord.) – Padre António Vieira – História do Futuro. Tomo III, Volume I. Maia: Círculo de Leitores, 2014. 614 p. ISBN 978-972-42-4877-6

FRANCO, José Eduardo; CALAFATE, Pedro (coord.) – Padre António Vieira – Apologia. Tomo III, Volume III. Maia: Círculo de Leitores, 2014. 276 p. ISBN 978-972-42-4880-0

FRANCO, José Eduardo; CALAFATE, Pedro (coord.) – Padre António Vieira – Autos do Processo de Vieira na Inquisição. Tomo III, Volume IV. Maia: Círculo de Leitores, 2014. 670 p. ISBN 978-972-42-4871-4

PEREIRA, Paulo – Artes Antigas: decifrar a arte em Portugal. Maia: Círculo de Leitores, 2014. 227 p. ISBN 978-972-42-4874-5

VICENTE, Gil – Auto da Feira. Porto: Porto Editora. 75 p. ISBN 978-972-0-72709-1

VICENTE, Gil – Farsa de Inês Pereira. Porto: Porto Editora. 78 p. ISBN 978-972-0-72709-1

VIEIRA, Padre António – Sermão de Santo António. Porto: Porto Editora. 64 p. ISBN 978-972-0-72704-6

terça-feira, 21 de outubro de 2014

FRANÇOIS TRUFFAUT


François Truffaut (1932-1984)
Imagem daqui.


François Truffaut, Les 400 Coups, 1959



Nos 30 anos do desaparecimento de François Truffaut, crítico de cinema, realizador e ator em alguns dos seus filmes, bem como na obra de ficção científica Encontros Imediatos do Terceiro Grau, de Steven Spielberg, fica o "trailer" da sua primeira longa-metragem. O filme valeu a Truffaut, então um jovem cineasta francês, com apenas 27 anos, o prémio de Melhor Realização no Festival de Cannes de 1959, e ao protagonista, Jean-Pierre Léaud, um início auspicioso de uma brilhante carreira de ator.



segunda-feira, 20 de outubro de 2014

ECOLALIA INTERIOR

Imagem daqui.



O português é capaz de tudo, logo que não lhe exijam que o seja. Somos um grande povo de heróis adiados. Partimos a cara a todos os ausentes, conquistamos de graça todas as mulheres sonhadas, e acordamos alegres, de manhã tarde, com a recordação colorida dos grandes feitos por cumprir. Cada um de nós tem um Quinto Império no bairro, e um auto-D.Sebastião em série fotográfica do Grandela. No meio disto (tudo), a República não acaba.
Somos hoje um pingo de tinta seca da mão que escreveu Império da esquerda à direita da geografia. É difícil distinguir se o nosso passado é que é o nosso futuro, ou se o nosso futuro é que é o nosso passado. Cantamos o fado a sério no intervalo indefinido. O lirismo, diz-se, é a qualidade máxima da raça. Cada vez cantamos mais um fado.
O Atlântico continua no seu lugar, até simbolicamente. E há sempre Império desde que haja Imperador.
                                                                                                                                                                                                         s.d.
Fernando Pessoa, 
Sobre Portugal - Introdução ao Problema Nacional, recolha de textos de Maria Isabel Rocheta e Maria Paula Morão, introdução organizada por Joel Serrão. Lisboa, Ática, 1979.




sexta-feira, 17 de outubro de 2014

CARTAZ MIBE



Cartaz da autoria de Pedro Freire e Rúben Damião, alunos do Curso Profissional de Multimédia, estagiários na Biblioteca da Escola Secundária José Saramago - Mafra.
 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

SEM PALAVRAS XXXVII

Johannes Brahms, Concerto nº2 para piano, Sergiu Celibidache (maestro), Daniel Barenboim (piano)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

MÊS INTERNACIONAL DA BIBLIOTECA ESCOLAR 2014 (I)



Encontro de leitura com acompanhamento musical pelos alunos do 11.º LH3, sob a orientação da professora Ema da Silva.

LIVRO DE COZINHA DA INFANTA D. MARIA - II



"Cumpre, antes de mais nada, salientar que este manuscrito - embora verse assuntos prevalentemente culinários e de doçaria, distribuídos mais ou menos racionalmente em quatro secções, ou cadernos (o que lhe empresta aquela aparência vagamente sistemática que levou alguém a dar-lhe o título, algo austero, de «tratado» de cozinha) - encerra também, nas primeiras e nas últimas páginas, uma ou outra receita que nada tem com mistérios pantagruélicos. Com efeito, pode ter sido uma daquelas enciclopédias caseiras da vida prática, de consulta fácil e de utilidade óbvia (...).

*****

Receita para esquinência

Tomarão canela, que seja muito boa, e noz moscada,
de cada cousa destas meia onça; e de gengi-
bre, uma quarta de onça; de alva-de-cães, que
seja muito alva e seca, uma oitava de onça;
e quatro ou cinco cravos-girofles; uma onça
de açúcar refinado: tudo há-de ser muito moído
e peneirado, e muito misturado um com o outro;
e ao que tiver a esquinência tomarão quantos
pós destes possam tomar com três dedos,
e deitar-lho-ão no gorgomilo quão abai-
xo puderem, e após eles um bocado de água
fria. E desta maneira lhos darão três
vezes, uma após outra, e deitar-lhos-ão
três ou quatro dias a fio, se nos primeiros
três dias não ficar livre."



Livro de Cozinha da Infanta D. Maria, Prólogo, Leitura, Notas aos textos, Glossário e Índices de Giacinto Manuppella, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1986, pp. XVI, 147 e 162.


terça-feira, 14 de outubro de 2014

UM FINGIMENTO DIFERENTE


Imagem daqui.



O poeta que em grã dor não teve parte
chora fingindo, e toca-nos tão fundo!
Quem sofre de verdade não tem arte
para a tristeza revelar ao mundo.

Poesia de 26 Séculos – De Arquíloco a Nietzsche, antologia, tradução, prefácio e notas de Jorge de Sena“Cinquenta poemas sânscritos, Índia Clássica, séc.IV-séc.X”, Porto, ASA Editores II, S.A., 2001, p.55.



segunda-feira, 13 de outubro de 2014

GRADUAL FRANCISCANO ILUMINADO DO SÉC.XVI

Imagem e todas as informações no sítio da Biblioteca Nacional.


Cerimónia de doação da obra, atualmente em posse de Susan Weil, no dia 14 de outubro, na Biblioteca Nacional, pelas 18h30. A entrada é livre.


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O MEU LIVRO E O MEU FILME PREFERIDO


O Clube dos Poetas Mortos (1989), filme de Peter Weir - Carpe Diem


O meu livro de eleição é a biografia do meu ídolo, intitulada a partir do seu nome. “Steve Jobs”, por Walter Isaacson. O livro fala de um rapaz que veio do nada, foi adotado por um casal que não tinha os estudos completos (longe disso), mas, apesar de tudo, tornou-se numa das pessoas mais bem sucedidas de sempre, tendo fundado a que atualmente é a maior empresa do mundo (Apple Inc.). No meio, vê-se tudo o que ele passou e todas as adversidades que enfrentou, incluindo o facto de ter sido despedido da empresa que criou. Fundou uma outra empresa, a NeXT; alguns anos depois, a Apple, quase à beira da da falência, comprou a NeXT. Steve Jobs voltou à Apple e tornou-a na maior empresa do mundo. É um livro fantástico que recomendo a qualquer pessoa.


O meu filme favorito é O Clube Dos Poetas Mortos, com Robin Williams, o meu ator preferido, como personagem principal. Neste filme, Williams incorpora John Keating, um professor de inglês pouco ortodoxo, mas que muita gente desejaria ter. Keating, através dos seus métodos de ensino apaixonantes, incentiva os alunos de forma indireta a aproveitar todos os minutos do dia, porque um dia, inevitavelmente, vão parar de respirar, ficarão frios e quedarão mortos. Entretanto são dadas muitas reviravoltas ao longo da história, que não vou contar para não estragar a surpresa do filme, apenas digo que alguns dos alunos são do mais leal possível e que o filme é, de facto, uma obra extraordinária.

Frederico Saeed, 12º CT6