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Escola Secundária José Saramago - Mafra

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

CONCURSO DE IDEIAS - TEMPO PARA PENSAR




Pavilhão do Conhecimento - Centro Ciência Viva
Candidaturas até 31 de outubro de 2019




segunda-feira, 23 de setembro de 2019

"QUEM LER OS LIVROS QUE EU LI" - APROXIMAÇÕES À BIBLIOTECA DE FERNANDO OLIVEIRA


Portada da Grammatica da lingoagem portuguesa, Fernando Oliveira, Lisboa,
e(m) casa de Germão Galharde, 27 de janeiro de 1536.
Imagem da BNP.



Exposição patente na Sala de Exposições da Biblioteca Nacional de Portugal, de 30 de setembro a 31 de dezembro de 2019.



sexta-feira, 20 de setembro de 2019

AGUSTINA E AS PALAVRAS


Agustina Bessa-Luís.
Imagem daqui.




AS MINHAS PALAVRAS

Um escritor é um pastor de palavras. Assim como o pastor de ovelhas as guarda para o caso de se perderem ou serem devoradas pelos lobos, também o escritor toma conta do seu dicionário, tanto académico como popular.

Conta-se que um dia Gabriele d'Annunzio, em Paris e em conversa com Anatole France, lhe disse: «Vocês, os grandes escritores, não se servem senão de cinco mil palavras, e há quarenta mil na vossa língua. Que fazem das outras trinta e cinco mil?» Anatole France não soube que responder.

Ora nós, os portugueses, temos três vezes mais vocábulos do que a França. Uma cultura muito antiga, composta de inúmeras ocasiões de transumância, de movimentos invasores e períodos de recreação e prazer provocou esse enorme registo de palavras que, como traço de convivência, sentido prático, por hábito ou afeição poética, foram compondo uma língua e enriquecendo um património escrito e oral. (...)

A semente da rebeldia que todo o escritor semeia na roda dos seus afectos e conspirações é sempre orientada no sentido do sol, ou seja, da criação e do fruto adequado tanto à subsistência como à transcendência do homem. É ao escritor, uma minoria que parecia fútil se não fosse inqualificável, que cabe esse trabalho. (...)

O escritor é um curandeiro da desolação. Umas vezes diverte, outras vezes promete, quase sempre socorre o coração da terra para que ele tenha direito à eternidade. E a eternidade, o que não tem limites, parece ser hoje uma caça cruel, feita de actos cruéis e extravagantes. E de palavras usadas. Temos que recorrer às outras, desconhecidas, que nos arcanos do tempo esperam a sua libertação.

Agustina Bessa-Luís, Revista Factos, Dafundo, nº 12, Opinião, 9 de junho de 1998, p. 98, in Ensaios e Artigos (1951-2007), vol. III, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2017, pp. 2398-2400.




Outubro: MÊS INTERNACIONAL DA BIBLIOTECA ESCOLAR 2019


“Vamos imaginar” é o tema proposto pela IASL para a comemoração do Mês Internacional da Biblioteca Escolar.

Informações disponíveis no blogue RBE