NAZIM HIKMET: Salónica, 21 de novembro de 1901 - Moscovo, 3 de junho de 1963
A viagem fazemo-la num qualquer modesto cargueiro
Existe ainda um porto onde não tivéssemos tocado?
Existe alguma espécie de tristeza que ainda não tivéssemos cantado?
O horizonte que a cada manhã tínhamos pela frente
Não era igual ao que à noite deixávamos para trás?
Quantas estrelas desfilaram à nossa frente
Roçando as águas
Não era cada aurora o reflexo
Da nossa grande nostalgia?
Mas é em frente que vamos, não é verdade?
É em frente que vamos.
Nazim Hikmet, Poemas da Prisão e do Exílio
Nazim Hikmet é talvez o mais genial dos poetas turcos. É seguramente um dos mais conhecidos, com uma obra traduzida em mais de 50 idiomas. Grande parte da sua vida foi passada na prisão ou no exílio, tendo-lhe mesmo sido retirada a cidadania turca (posteriormente devolvida em 2009).
Observador atento da vida e de todos os seus detalhes, na sua poesia Hikmet afasta-se do sentimentalismo, sem no entanto excluir a emotividade, defendendo, por maior o sofrimento em que vivesse, que a poesia está em toda a parte.
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