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Escola Secundária José Saramago - Mafra

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

NAZIM HIKMET - Poemas da Prisão e do Exílio



NAZIM HIKMET: Salónica, 21 de novembro de 1901 - Moscovo, 3 de junho de 1963


A viagem fazemo-la num qualquer modesto cargueiro

Existe ainda um porto onde não tivéssemos tocado?

Existe alguma espécie de tristeza que ainda não tivéssemos cantado?

O horizonte que a cada manhã tínhamos pela frente

Não era igual ao que à noite deixávamos para trás?

Quantas estrelas desfilaram à nossa frente

Roçando as águas

Não era cada aurora o reflexo

Da nossa grande nostalgia?

Mas é em frente que vamos, não é verdade?

É em frente que vamos.

Nazim Hikmet, Poemas da Prisão e do Exílio


Nazim Hikmet é talvez o mais genial dos poetas turcos. É seguramente um dos mais conhecidos, com uma obra traduzida em mais de 50 idiomas. Grande parte da sua vida foi passada na prisão ou no exílio, tendo-lhe mesmo sido retirada a cidadania turca (posteriormente devolvida em 2009).


Observador atento da vida e de todos os seus detalhes, na sua poesia Hikmet afasta-se do sentimentalismo, sem no entanto excluir a emotividade, defendendo, por maior o sofrimento em que vivesse, que a poesia está em toda a parte.


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