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Escola Secundária José Saramago - Mafra

sexta-feira, 26 de junho de 2015

VENCEDORES DO CONCURSO "QUEM CONTA UM CONTO... AO MODO DE SARAMAGO?!" 2015

Imagem daqui.


Realizou-se hoje, na Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, a cerimónia de entrega de prémios aos vencedores do concurso "Quem conta um conto... ao modo de Saramago?!". 
Aqui ficam excertos dos contos vencedores e de outros que mereceram a atribuição de menções honrosas. Poderão ser lidos na íntegra na página eletrónica do Plano Nacional de Leitura. Parabéns a todos os participantes!



3º CICLO
O tempo é algo contraditório, pode ser uma dimensão misteriosa e até curativa como pode não significar rigorosamente nada. Bárbara Carneiro – “É preciso morrer” (Escola Básica Escultor António Fernandes Sá, Vila Nova de Gaia)

Era uma vez, bem no meio de uma longínqua floresta escura, uma clareira banhada de dia pelo sol radioso e de noite pela lua grande e brilhante. Beatriz Anselmo Henriques – “O encontro do sol e da lua” (Escola Básica nº 2 de Oliveira do Hospital)

Virara a cara para ambos os lados e conferira que não estava sozinho. Avistara, então, uma mulher de roupas pretas e rotas e um rapaz tão novo como a própria primavera. José Pedro Marques – “Memorial do pecado social” (Escola Básica das Taipas, Caldas das Taipas, Guimarães)

- Helena, porque é que as nuvens são doces? Helena chorou… Chorou durante um minuto, e com a voz embargada respondeu: - Porque as nuvens são feitas dos nossos maiores sonhos. E esses são sempre doces e com um final feliz. Rita Tavares – “Helena, por que é que as nuvens são doces?” (Escola Secundária de Oliveira do Hospital)


ENSINO SECUNDÁRIO
As palavras têm este efeito engraçado, quase imprevisível e por isso perigoso, de tomar vida por si, de deturpar intenções, as palavras não se intimidam com convenções sociais, quem as diz sim, mas uma vez no ar elas traçam o seu caminho alheias ao que o humano pretende, chegam aos ouvidos alteradas, fomentam inseguranças, favorecem inquietações. Maria Teresa Bento Parreira – “José” (Escola Secundária de Coruche)

Andando e conversando, o caminho foi-se fazendo. Como em silêncio partiram, em silêncio chegaram à quinta do Duque de Aveiro. As portas e as janelas estavam fechadas, a quinta como que abandonada. Do lado direito ficava a abegoaria, agora sem teto. Bartolomeu entrou, seguindo Blimunda, curioso, sem compreender o que via. Iúri Simões – “A semente das vontades” (Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, Leiria)

Entraram os três devagar, arrastando as sombras que se alongavam. Foi o moleiro o primeiro a falar, Cá está o rapaz, tudo está bem quando acaba bem. O gelo do silêncio arrastou-se. Depois o pai sentenciou, Domingo há festa na Senhora d’Orada. Vais lá falar com a tendeira. Vende-se um dos cabritos e paga-se a gaita. Mas tu, rapaz, apontou para o João, que se mantinha de cabeça baixa, inquieto, de olhar cerrrado, nunca mais nos deixes, que o coração da tua mãe ia rebentando e que seria de nós sem ela.Gil Dinis – “O segredo da gaita-de-beiços” (Escola Básica e Secundária Santos Simões, Guimarães)

Algures, num lugar cuja existência é dúbia e até improvável, existia um pequeno país moldado por guerras e conquistas. A governá-lo estava uma jovem feita da mesma matéria, soberana de uma monarquia absoluta, conhecida como a “Devoradora de Galáxias", nome que lhe fora atribuído pelo povo e a que ela fazia questão de fazer justiça.” Andreia Patrícia Santos – “A fome mais mortífera” (Escola Secundária de Seia)

Naquela noite pouco dormiu, Bartolomeu tinha pesadelos onde se via galinha e batia as asas sem levantar voo, estrelas cadentes que o atingiam como se fossem pequenas fagulhas e acordou sobressaltado depois de levantar voo na sua pequena Passarola e passar tão perto do sol que ele próprio virou um tufo de chamas e ardeu até embater no chão. Joana Sofia Serrano – “O sustento estrelar” (Escola Secundária da Amadora)

Há muitos, muitos anos, num prado três dias atrás do Sol-posto, vivia um povo muito particular. Menores que o mais pequeno dedo de um recém-nascido, mais leves que um dente de leão, os Complexos não faziam, à vista desarmada, jus ao seu nome, assemelhando-se mais a um minúsculo inseto bípede e inteligente do que a um qualquer ser grande e poderoso. Miguel Padrão – “O virtuoso Simplício” (Escola Portuguesa de Moçambique)


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