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Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs, patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian
Escola Secundária José Saramago - Mafra
Escola Secundária José Saramago - Mafra
sábado, 26 de março de 2016
quinta-feira, 24 de março de 2016
BIBLIOTECA DE ARTE DA FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
Igreja do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Painel de azulejo de figura avulsa.
Fotógrafo: João Miguel dos Santos Simões (1907-1972).
quarta-feira, 23 de março de 2016
CHICO BUARQUE
Imagem daqui.
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Chico Buarque, A Banda
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terça-feira, 22 de março de 2016
4ª MOSTRA DE CINEMA DOMINICANO
segunda-feira, 21 de março de 2016
VIII FESTIVAL INTERNACIONAL DE CONTADORES DE HISTÓRIAS
ORPHEU NÃO ACABOU...
Os autores do Orpheu 1.
Infografia daqui.
"De resto, Orpheu não acabou. Orpheu não pode acabar. Na mitologia dos antigos, que o meu espírito radicalmente pagão se não cansa nunca de recordar, numa reminiscência constelada, há a história de um rio, de cujo nome apenas me entrelembro, que, a certa altura do seu curso, se sumia na areia. Aparentemente morto, ele, porém, mais adiante - milhas para além de onde se sumira - surgia outra vez à superfície, e continuava, com aquático escrúpulo, o seu leve caminho para o mar. Assim quero crer que seja - na pior das contingências - a revista sensacionista Orpheu."
Fernando Pessoa, Correspondência 1905-1922, Lisboa, Assírio & Alvim, 1999, pp. 172-173.
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sexta-feira, 18 de março de 2016
AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER - VARIAÇÃO II
"Désordre géométrique", fotografia de Gérard Thonat (Photo club de Ballainvilliers).
Imagem daqui.
Amor é fogo que arde sem se ver
É simplesmente o tudo e o nada
É querermos espaço, ocupando a vida da amada
É querermos magoá-la e pôr-nos à frente da espada
É querermos ser uma música sem perceber a melodia
É a confusão que para nós não o é
É a discussão inefavelmente tida
É querermos ferir sem magoar
É termos uma vida elevada ao infinito
É vermos tudo sem repararmos em nada
É conseguirmos ver no escuro, não às claras
É onde nos perdemos e onde nos encontramos
É irmos para longe sem sairmos do mesmo sítio.
Márcia Rodrigues e Ricardo Colaço, Alunos do 10º CT5 desta Escola.
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AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER - VARIAÇÃO I
Mark Rothko (1903-1970), Blue, Orange, Red (1961).
Imagem daqui.
Amor é fogo que arde sem se ver
É uma liberdade que me mantém presa
É uma eterna alegria que não é perene
É uma constante procura do inexistente
É uma ilusão extremamente real
É confusão no meio de tanta arrumação
É uma verdade consumida pela mentira
É de um matiz azul-alaranjado
É um, apenas um, segundo intemporal...
Mariana Cascais e Marta Farinha Ferreira, Alunas do 10º CT5 desta Escola.
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Poesia
quinta-feira, 17 de março de 2016
EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA (24)
Fernando Pessoa e o Engenheiro Naval
Para ver na Biblioteca da ESJS
Organização: Núcleo de Divulgação Científica e Biblioteca Escolar
X EDIÇÃO DO PRÉMIO LITERÁRIO JOSÉ LUÍS PEIXOTO 2016
AS COORDENADAS DE GAUSS E A POESIA
Imagem daqui.
"Um poeta que saiba o que são as coordenadas de Gauss tem mais probabilidades de escrever um bom soneto de amor do que um poeta que o não saiba" - escreveu Fernando Pessoa por volta de 1924. Por que razão este privilégio bebido no saber quase exclusivo das matemáticas? O autor da Mensagem continua: "Um poeta que se deu ao trabalho de se interessar por uma abstracção matemática tem em si o instinto da curiosidade intelectual e quem tem em si o instinto da curiosidade intelectual colheu, por certo, no decurso da sua experiência de vida, pormenores do amor e do sentimento superiores aos que poderia colher quem não é capaz de se interessar senão pelo curso normal da vida que o afecta - a manjedoura do ofício e a arreata da submissão".
António M. Machado Pires, "As Coordenadas de Gauss e a Pedagogia na Universidade", in HOMO VIATOR - Estudos em Homenagem a Fernando Cristóvão, Lisboa, Edições Colibri, 2004, p. 595.
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quarta-feira, 16 de março de 2016
DA CONCISÃO LXXIII
Imagem daqui.
"Se a face da primavera estiver sorridente, o lírio derramado é o seu reflexo."
Ibn Darraj al-Qastalli, "Poema 21 (metro livre al-munsarih)", in Ahmed Tahiri (trad.), Cacela e o seu Poeta - Ibn Darraj al-Qastalli na História e Literatura do al-Andalus, Vila Real de Santo António. Edição da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Fundación al-Idrisi Hispano Marroqui para la Investigación, 2009.
terça-feira, 15 de março de 2016
RITMO PARAGRÁFICO
Marc Chagall, Le jongleur (1943
"(...) É-se grande poeta porque se é grande poeta, e não porque «courage» rima com «rage» ou «son» com «saucisson».
Se, ao desenvolver um poema que tem metro ou rima, a minha ideia pedir a palavra «amor», mas o metro ou a rima exigirem as sílabas ou o som que pode ser preenchido só pela palavra «afecto», adentro da possível ou plausível sinonímia, não é senão humano que eu empregue a palavra «afecto», dando o caso por fechado nesse particular. Mas o segmento do poema será atacado pela circunstância de que a palavra «afecto» contém implícitas que não contém a palavra «amor», e, insensivelmente, quase sem dar por isso, ou até sem dar por isso, o seguimento do poema sofrerá um desvio, porque a minha própria ideia sofreu.
Admitida mesmo a artificialidade de toda a poesia, ninguém há que não reconheça que temos aqui artificialidade a mais. Que quem sente deveras não fala em verso, nem mesmo em prosa, mas em grito ou acto, é verdade; mas que quem sente um pouco menos deveras, e pode portanto falar em verso, tenha, ainda por cima, que falar em verso dos outros - porque outra coisa não é o metro e a rima do que uma imposição alheia -, isso é menos que verdade, isso, organicamente, não é nada.
Sei bem que a própria palavra é uma instituição dos outros, mas a substância da vida é a assimilação, isto é, a conversão do que é outro em nosso. E quanto mais nosso tornarmos o que é dos outros, mais vivemos. Para tornarmos mais nosso o que é dos outros, é preciso que ele, inicialmente, seja o menos possível dos outros já, para que mais facilmente seja nosso. A força da alma humana não é tal, que trabalhe seguramente através de grandes dificuldades. Napoleão disse que não conhecia a palavra impossível, mas deve tê-la encontrado em Moscovo e Waterloo, se a não tinha visto antes. Depois, deve ter ficado a conhecer a palavra, em toda a sua expressão maligna.
Disse Goethe que «trabalhar dentro de limites revela o mestre». Revela, mas o mestre no sentido do jongleur de possibilidades, do artista de circo da inteligência superior. Dar uma cambalhota em que o corpo passe através de um arco de papel, revela o mestre no sentido de Goethe, porque o arco de papel é um limite, mas, na vida, e na arte que é a vida, não há limites dessa ordem. O limite que temos é a nossa própria personalidade; é o sermos nós e não a vida inteira. É isso o limite dentro do qual temos que trabalhar, porque não podemos trabalhar fora dele. E, para limite, basta esse."
Fernando Pessoa, Poesias Completas de Alberto Caeiro, recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha, Lisboa, Presença, 1994, p. 271.
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segunda-feira, 14 de março de 2016
DA CONCISÃO LXXII
Imagem daqui.
"Verdade, Amor, Razão, Merecimento
Qualquer alma farão segura e forte;
Porém Fortuna, Caso, Tempo e Sorte
Têm do confuso mundo o regimento."
Luís de Camões
quinta-feira, 10 de março de 2016
SUGESTÃO DE VIAGEM I - LE MONT SAINT-MICHEL
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Turismo
NÓS E ELES - PORTUGAL SEGUNDO OS EUROPEUS NOS SÉCULOS XV E XVI
Imagem, texto de apresentação e informações adicionais, incluindo o programa, aqui.
"Resta referir universalmente a qualidade e a natureza dos portugueses. Estes, então, são homens que muito se estimam e chegam a tal que pensam que no mundo não haja outros iguais, têm muita afetação, gravidade e altivez no andar, no estar, no pensar, no negociar, em todas as suas ações superam de longe a afetação castelhana." Gianbattista Confalonieri, Della Grandezza e Magnificenza della Città di Lisbona.
quarta-feira, 9 de março de 2016
APRENDE, APRENDE O MEU CORPO. SOBRE O AMOR NA OBRA DE JOSÉ SARAMAGO
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José Saramago
terça-feira, 8 de março de 2016
PALESTRA: FERNANDO PESSOA E O ENGENHEIRO NAVAL (II)
A escritora Manuela Nogueira, sobrinha de
Fernando Pessoa, esteve na Biblioteca da ESJS. Foi com muita emoção que falou
da vida e obra do seu tio. As suas palavras ficarão certamente na memória de
todos.
DIA DA MULHER
Imagem daqui.
RETRATO DE MULHER
Algo de cereal e de campestre
Algo de simples em sua claridade
Algo sorri em sua austeridade
Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra Poética, Lisboa, Editorial Caminho, 2011, p. 629.
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Dia Internacional da Mulher,
Poesia
segunda-feira, 7 de março de 2016
MULHERES & CIÊNCIA
Imagem e programa aqui.
O papel e a história das mulheres na investigação científica e na educação em Portugal - seminário que terá lugar no Auditório Manuel Valadares do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa, no dia 8 de março de 2016.
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Dia Internacional da Mulher,
Seminário
SEM PALAVRAS XLIII
Philip Glass, North Star (1977)
OLHARES DE ESPANHA 2016 - Ciclo de Cinema
sexta-feira, 4 de março de 2016
A GEOMETRIA DO ALMADA (NEGREIROS)
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Matemática
quinta-feira, 3 de março de 2016
AMADEO DE SOUZA-CARDOSO EM PARIS
Amadeo de Souza-Cardozo, Os Galgos (1911). Fotografia de Paulo Costa.
Imagem e todas as informações aqui.
quarta-feira, 2 de março de 2016
FERNANDO PESSOA E O ENGENHEIRO NAVAL (I)
Palestra com a escritora Manuela Nogueira (sobrinha de Fernando Pessoa)
3 de março de 2016│15h│Biblioteca da ESJS
Organização: Núcleo de Divulgação
Científica e Biblioteca da ESJS
8 ½ FESTA DO CINEMA ITALIANO 2016
terça-feira, 1 de março de 2016
O EXERCÍCIO DA SABEDORIA DA LINGUAGEM
Imagem daqui.
"Não se dá a conhecer a poesia nas escolas para formar futuros poetas, mas os futuros poetas não deixarão de vir marcados pelos autores e pelas obras que leram. E, se se pode ler por conta própria, como que clandestinamente, porque nos não há-de isso ser ensinado? Terá a poesia interesses diferentes da educação? Todos estamos de acordo em que a família, a escola, a sociedade devem difundir valores positivos, cultivar o optimismo, servir os padrões sociais, exaltar o trabalho, a vida, o amor conjugal, a amizade, o interesse pelos outros, etc., etc. Não adianta talvez recordar o conhecido aforismo de Gide segundo o qual é com bons sentimentos que se faz má literatura. Isso só é verdade nos precisos termos em que é afirmado: quando se pretende exaltar os bons sentimentos cai-se muitas vezes nas obras medíocres. Mas também se pode falhar cantando valores negativos. E há obras que são obras de confiança no homem e na vida. Basta recordar Antoine de Saint-Exupéry, aliás atacado do lado da literatura designadamente por algum surrealista e, entre nós, Sebastião da Gama que, embora nem sempre bem aceite ou compreendido, escreveu o melhor da sua obra com acentuado teor optimista.(...)
Talvez se possa entender a poesia como o exercício da sabedoria da linguagem, numa definição ampla, que porventura terá o mérito de contemplar o que de mais geral, de mais característico, de mais permanente ela contém. Por outro lado, linguisticamente, a poesia configura-se como a violação, o afastamento em relação a uma norma que é a linguagem usada nas relações habituais entre os homens. Há um certo carácter revolucionário inerente a toda a boa poesia e a revolta nos temas ou motivos pode facilitar um certo vigor que nunca deve deixar de existir ao nível da expressão. Mas, um pouco paradoxalmente, a melhor poesia, entre ela e a poesia maldita, pode servir um ideal de comunhão entre os homens. Talvez nos seja lícito invocar a experiência pessoal para testemunhar que um poema como a ode de Álvaro de Campos, que começa: «Se te queres matar, porque não te queres matar?», pode em certos momentos restituir-nos a abalada confiança na vida. Porque onde duas almas se encontram alguma coisa repentinamente começa."
Ruy Belo, Na Senda da Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2002, pp. 100-101.
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