Amadeo de Souza-Cardoso, Os Galgos (1911).
Imagem daqui.
«LIII
Almas, vidas, pensamentos.
GLOSA
Calções, polainas, sapatos,
Percevejos, pulgas, piolhos,
Azeites, vinagres, molhos,
Tigelas, pires, e pratos:
Cadelas, galgos, e gatos,
Pauladas, dores, tormentos,
Burros, cavalos, jumentos,
Naus, navios, caravelas,
Corações, tripas, moelas,
Almas, vidas, pensamentos!»
Manuel Maria Barbosa du Bocage, "Glosas", in Obras de Bocage, Porto, Lello & Irmão Editores, 1968, p. 1090.
Mesmo sendo um poemeto de algo como 150 anos, tantas vezes comentado, certamente, por gente com tanto conhecimento e talento, ele merece ser louvado, pela genial percepção do poeta - que vai associando grupos de três palavras correlatas, com tanto ritmo, até desembocar no verso da glosa.
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