HÚMUS
O vento e o mar à terra não dão um momento.
Sal de raiva espuma, fermento e fado tudo afogam,
zunindo.
E eu aqui, viajante sem viagem,
assim vou indo,
assim ficando me alento e sufoco
e em vão me enraízo ao de leve
no firmamento do teu húmus.
Ardente lava ou anseio, penas e pó,
meus versos nada são na raiz de teus olhos,
mil matizes mil na menina da infância, meu único clima ameno
amargo chão
onde mal me pertenço, sereno leito onde me deito
só
sonhando.
Adriano Alcântara
(Professor de Português/Francês na ESJS)
21 de Março de 2011
Sem comentários:
Enviar um comentário