Com aguarelas da vida
o meu quadro vou pintando
um céu,
um mar de aromas salgados
gaivotas esvoaçando.
Arranquei dos vários tons
o azul do oceano
que ora meigo ora irado
invade a areia fresca
ondulando
Pintei
a alva espuma das ondas
e as algas nas minhas mãos
e as pegadas dos meus pés
enquanto ia caminhando
Sujei de areia os meus dedos
como se fosse menina
à procura de segredos
escondidos na areia fina
deixei-me tocar por ela
E
deixei-me deslumbrar
por tudo quanto pintei
de forma que já nem sei
se a Vida
a que quis dar vida
era quadro, esboço ou tela.
Luísa Cordeiro, 23.05.2012
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