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Escola Secundária José Saramago - Mafra

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

HANNO, O ELEFANTE


O elefante Hanno, atribuído a Rafael/ Giulio Romano, 1514-1515, desenho à pena sobre papel
Imagem daqui.
 
 
 
Só entre 1510 e 1514 Afonso de Albuquerque despachou quatro elefantes de Cochim para Lisboa junto com os respectivos tratadores e instruções específicas quanto à alimentação. Os dois primeiros chegam em meados de 1511 – um é oferta do rei de Cochim a D. Manuel, e o outro fora comprado pelo próprio Albuquerque. Será o primeiro, um elefante branco, que, junto com quarenta e três outros animais exóticos e 143 homens, encabeçará a famosa embaixada de D. Manuel a Leão X. Como se pode imaginar, a viagem terá sido atribulada, e complica-se pela excitação que os animais vão suscitando junto das populações nos sítios onde a nau tem que se reabastecer – Alicante, Ibiza, Palma de Maiorca –, até chegar a Porto d’Ercole. Segue-se uma ainda mais atribulada viagem por terra, até que homens e bichos são formalmente recebidos pelo Papa a 20 de Março de 1514. O Pontífice escreve uma carta de agradecimento ao rei português expressando o agrado – o seu, da sua corte e do povo de Roma – pelas ofertas, testemunho sumptuoso das terras fabulosas e distantes recentemente descobertas e conquistadas pelos portugueses; mas agradece em particular o elefante, entretanto baptizado de Anone e posteriormente conhecido como Hanno (…)”

Helena Barbas, “Monstros: o rinoceronte e o elefante, da ficção dos bestiários à realidade testemunhal”, Actas do V Encontro Luso-Alemão/ Akten der V. Deutsch Portuguiesischen Arbeitgespräche (Koln-Lisboa, 2000).

 

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