O elefante Hanno, atribuído a Rafael/ Giulio
Romano, 1514-1515, desenho à pena sobre papel
Imagem daqui.
“Só entre 1510
e 1514 Afonso de Albuquerque despachou quatro elefantes de Cochim para Lisboa
junto com os respectivos tratadores e instruções específicas quanto à alimentação.
Os dois primeiros chegam em meados de 1511 – um é oferta do rei de Cochim a D.
Manuel, e o outro fora comprado pelo próprio Albuquerque. Será o primeiro, um
elefante branco, que, junto com quarenta e três outros animais exóticos e 143
homens, encabeçará a famosa embaixada de D. Manuel a Leão X. Como se pode
imaginar, a viagem terá sido atribulada, e complica-se pela excitação que os
animais vão suscitando junto das populações nos sítios onde a nau tem que se
reabastecer – Alicante, Ibiza, Palma de Maiorca –, até chegar a Porto d’Ercole.
Segue-se uma ainda mais atribulada viagem por terra, até que homens e bichos
são formalmente recebidos pelo Papa a 20 de Março de 1514. O Pontífice escreve
uma carta de agradecimento ao rei português expressando o agrado – o seu, da
sua corte e do povo de Roma – pelas ofertas, testemunho sumptuoso das terras
fabulosas e distantes recentemente descobertas e conquistadas pelos
portugueses; mas agradece em particular o elefante, entretanto baptizado de
Anone e posteriormente conhecido como Hanno (…)”
Helena Barbas, “Monstros: o rinoceronte e o
elefante, da ficção dos bestiários à realidade testemunhal”, Actas do V
Encontro Luso-Alemão/ Akten der V. Deutsch Portuguiesischen Arbeitgespräche
(Koln-Lisboa, 2000).
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