Gil Vicente (1465?-1536?).
Imagem daqui.
VILANCETE CASTELHANO DE GIL VICENTE
Por mais que nos doa a vida
nunca se perca a esperança;
a falta de confiança
só da morte é conhecida.
Se a lágrimas for cumprida
a sorte, sentindo-a bem,
vereis que todo o mal vem
achar remédio na vida.
E pois que outro preço tem
depois do mal a bonança,
nunca se perca a esperança
enquanto a morte não vem.
Carlos de Oliveira, Trabalho Poético, Lisboa, Livraria Sá da Costa Editora, 1982, p. 61.
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