Jacarandá. Imagem daqui.
AOS JACARANDÁS DE LISBOA
São eles que anunciam o verão.
Não sei doutra glória, doutro
paraíso: à sua entrada os jacarandás
estão em flor, um de cada lado.
E um sorriso, tranquila morada,
à minha espera.
O espaço a toda a roda
multiplica os seus espelhos, abre
varandas para o mar.
É como nos sonhos mais pueris:
posso voar quase rente
às nuvens altas - irmão dos pássaros -
perder-me no ar.
Eugénio de Andrade, Os Sulcos da Sede (2001), in Poemas Portugueses - Antologia da Poesia Portuguesa do Século XIII ao Século XXI, seleção, organização, introdução e notas de Jorge Reis-Sá e Rui Lage, Porto, Porto Editora, 2009, p. 1454.
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