Beau-Jeu.
Imagem daqui.
«O repórter oficial (da televisão que foi ao Aeroporto de Lisboa noticiar a chegada dos jogadores vindos do Campeonato Mundial) tratava-os de "adeptos", como se fizessem parte de uma seita, ou fossem uma seita. E eram. E são. As ideologias duras morreram, as religiões institucionais dissolveram-se, mas a "crença", como culto identitário, resiste a todos os desmentidos da História, da Vida, mesmo aos do jogo como vida. Aqueles adeptos não eram os "inchas" espanhóis, nem os "tiffosi" italianos, apoiantes clássicos de clubes. Estavam lá como "adeptos" de Portugal, do Portugal como objecto de crença, última referência tribal que resiste à globalização sem sujeito da cultura ocidental.»
Eduardo Lourenço, "Os Adeptos", in Visão, 20/06/2002, p. 170, apud Henrique M. Lages Ribeiro, Dicionário de Termos e Citações de Interesse Político e Estratégico - Contributo, Lisboa, Gradiva, 2008, p. 142.
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