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Escola Secundária José Saramago - Mafra

segunda-feira, 9 de abril de 2018

A LUSITÂNIA



Lambert de Saint-Omer, Liber Floridus (1120).
Imagem daqui.




A Lusitânia

A Lusitânia, região que fica a setentrião do Tejo, é a maior das nações Ibéricas, e aquela com que os Romanos guerrearam mais tempo. Esta terra é limitada a sul pelo Tejo, a oeste e norte pelo Oceano; a nascente pelos Carpetanos, Vetónios, Vaceios e Calaicos, raças bem conhecidas. As restantes não vale a pena nomeá-las, devido à sua pequenez e obscuridade.

Ora a terra de que estamos a falar é próspera; percorrem-na rios grandes e pequenos, quase todos vindos do nascente, paralelamente ao Tejo. A maioria é navegável para o interior e muitos contêm poalha de ouro. Os rios mais conhecidos, a seguir ao Tejo, são o Mondego, navegável a pequena distância, bem como o Vouga. Depois destes, o Douro, que vem de longe, corre ao longo de Numância e de muitas outras povoações dos Celtiberos e dos Vaceios; é navegável para grandes barcos, até cerca de oitocentos estádios. Depois, há ainda outros rios. A seguir a estes, o Eetes, a que alguns chamam Lima, e outros Belião. Esse corre da região dos Celtiberos e dos Vaceios. A seguir, vem o Báinis (a que chamam Minho), que é em muito o maior dos rios da Lusitânia, e também navegável até oitocentos estádios.

(Geografia, III, 3, 3-4)

Estrabão, "A Lusitânia", in Hélade - Antologia da Cultura Grega, organização e tradução de Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa, Guimarães Editores, 2009, p. 498.



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