Camilo Castelo Branco.
Imagem daqui.
«No cérebro deste sujeito nunca fosforeou pirilampo de poesia bem medida. Não perpetrou grandes delitos de romantismo impresso, porque foi de uma roda de homens práticos, cépticos, desconhecidos da lua, mais amigos do teatro que das florestas rumorosas, e mais dados ao ponche queimado do que ao remugir das vagas e às brigas fagueiras do mar, do qual principalmente apreciavam as ostras na Águia d'Ouro. Foi muito parco em trovas aos objectos dos seus ais. Poesia parturejada com dor e não contada silabicamente pelos dedos fez só uma, e foi a última. Nas outras inflamava-se a frio. Quando tinha idade e dinheiro, regrava elegias.»
Camilo Castelo Branco in Cancioneiro Alegre (1879)
José Viale Moutinho, Camilo Castelo Branco - Memórias Fotobiográficas (1825-1890), Alfragide, Editorial Caminho, 2009, p. 251.
Sem comentários:
Enviar um comentário