Se eu fosse uma agulha
Se eu fosse uma agulha costurava um
mundo novo.
Criava um belo vestido de princesa
como os dos contos de fadas. Ponto por ponto, faria um véu de noiva para o dia
mais feliz de cada jovem de branco ou, até mesmo, criaria uma pequeno e
quentinho gorro para os dias de frio de uma criança.
Se eu fosse uma agulha, criaria
algo nunca antes visto, saltando de ponto em pontos presa a linha de várias
cores e feitios que dançam entre tecidos de várias terras com inúmeras
texturas.
Sendo agulha não gostaria de pontos
aos zig-zags, pois ficaria tonta de tanto “zig-zaguiar”, ou talvez não gostasse
da ideia de coser meias que, por mais pequenas e mais bonitas que sejam, andam
de pé em pé e podem cheirar mal. No entanto, a minha função como agulha é coser
e remendar e, como as agulhas não têm nariz, até que poderia remendar uma meia
ou duas…
Apesar de pequena e simples, como
agulha seria fundamental para qualquer costureira prestes a remendar o pequeno
buraco nas calças de um menino trapalhão ou a criar o mais bonito vestido para
o tão desejado baile de uma jovem sonhadora.
Sem agulhas, não existiria a roupa,
nem os sapatos que escondem as malditas meias malcheirosas, também não
existiria aquela camisola quentinha no inverno, nem aquele fato de banho para
dar mergulhos nas águas salgadas da praia. Não existiria um colchão fofinho
para aqueles que preferem vaguear nos seus infinitos sonhos que lhes dão
segurança no escuro da noite.
Seu eu fosse uma agulha, faria tudo
o que uma agulha faz que é, simplesmente, coser e tecer sonhos de linhas em
tecidos multicolores.
Filipa Bryant-Jorge de Miranda, 10.ºAV1
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