Estou
só
entre
estas mãos
que
me espancam.
Estou
só
entre
as paredes
que ouvem os gemidos de
medo
Estou só
à mercê de um poder
que me sufoca, aprisiona.
Estou só
o corpo coberto de
sombras,
nódoas de luto vestidas.
Estou só
entre o Aljube, lar em ferida,
e o peso das garras.
Estou só
entre o Calvário da dor
e a ausência de Amor.
Estou só...
no chão, estendida,
em sangue, esvaída…
Estou só?
Somos tantas!
Mulheres!
De ventres estropiados,
flores arrancadas
de ramos de noivas
outrora felizes…
Presas à brutalidade
ignóbil de mãos em riste,
espadas cortantes de almas…
Estou só
entre tantas
que escondem
o rosto de vergonha,
o corpo dilacerado
e a alma esquecida …
Este poema é dedicado a todas as Mulheres que foram e são vítimas de
violência…
De: M.A.V
Sem comentários:
Enviar um comentário