Karaté. A arte marcial mais praticada
em todo o mundo. Apesar de ser uma arte que tem como base a luta
pessoal, obedecendo a regras determinadas, para quem gosta e para quem incorpora o espírito do karaté (ou kimé, em japonês),
a sua prática consegue
produzir efeitos fenomenais, principalmente no que toca à alma do karateka.
Cada
um fala da sua experiência,
portanto é o que vou
fazer, tentando criar argumentos que convençam as pessoas a praticar esta arte.
Antes
de me ter tornado num karateka, nunca tinha encontrado algo que me permitisse
descarregar toda a mágoa,
raiva, frustração,
tristeza, todos esses sentimentos que empurram as pessoas para um poço sem fundo. Se uma pessoa não encontrar algo que permita um
alívio do lado negro que
esses sentimentos provocam, nunca conseguirá levantar-se, olhar para a vida olhos nos olhos, e nunca
logrará sair do poço que ameaça a sua vida. Eu passei
demasiado tempo à procura
da solução até que, finalmente, fui assistir
a um treino de karaté. O
sensei (professor da arte marcial) perguntou-me se eu queria experimentar. “Por que não?”,
pensei eu. Visto que sou fã,
não tinha razões para não experimentar. Comecei nesse
treino, em Agosto de 2013, e, apesar de ainda ter passado pouco tempo, já não imagino a minha vida sem karaté. Em cada treino dou tudo o que tenho e mais um bocado e a
verdade é que sinto que
esses sentimentos negros desaparecem. Para mim é o antidepressivo mais eficaz. E tenho a certeza que não o único.
Falando
diretamente para as pessoas com depressão,
se vocês, tal como eu,
sentem que consultas regulares na psicóloga
e/ou psiquiatra e antidepressivos não
são o suficiente, não desistam da procura da solução, pois isso seria desistir da
vida e vocês não merecem pôr já um fim a isso. O suicídio pode ser algo de que nunca nos iremos arrepender, mas é um erro. E acreditem em mim, não sofrem após mas, se chegam a esse ponto, é porque têm demasiado sofrimento
acumulado. Se pensar em vocês
não é suficiente, pensem nas vossas
famílias, amigos, tudo o
que é importante na vossa
vida. Isso tem de ter um grande peso nela e deve ser suficiente para não vos deixar desistir de
procurarem a solução.
Eu
sei que o que me ajudou pode não
ter o mesmo efeito em vós,
mas tentar não custa. Quem
sabe, até pode ter os
mesmos efeitos em vocês e,
se tal não acontecer, pode
ajudar-vos a encontrar a vossa cura. A depressão é terrível, sim, dá-nos vontade de desistir de
tudo, sim; mas é eterna? Não. Espero, do fundo do coração, que este texto vos tenha
ajudado, mas só vos peço uma coisa: não desistam da procura, não desistam da vida.
Frederico Saeed, aluno da Turma 12º CT1 desta Escola.
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