Imagem daqui.
[Canção]
A
música tem olhos fulgurantes
movendo-se
à volta do fogo.
Se
és visto por eles tornas-te canto,
tu
que és, como tudo é, canto.
Afasta-te
do coração,
a
tua vida canta sob a música,
não
acordes a mortal infância,
foge
do que sabes, porque não o sabes.
Talvez
sejas apenas o sonho
de
um deus não mais desperto que tu.
Ouve-o
dentro de ti, ao deus,
cantando
luminosamente à tua volta.
Manuel
António Pina, Todas as Palavras – poesia
reunida (1974-2011), Porto, Porto Editora e Assírio & Alvim, 2015, p.
126.
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