Imagem daqui.
"Uma das seduções deste livro é a evocação de palavras e expressões que caíram em desuso, como «está choquinha» aplicado a uma grávida, ou a interjeição «bumba», ou ainda esconjuros tão pitorescos como esse que o protagonista do livro ouve a uma criada: «Vade retro, Satanás, para as pedras cagadeiras!". Há nisso um intuito de defesa do património linguístico? Estou também a pensar nos vários momentos em que o protagonista do livro vai procurar definições ao dicionário.
Há, e assumo-o. Se me perguntarem se acredito na literatura como missão, direi redondamente que não, mas nesse plano acho que tenho o dever, como escritor, de tentar preservar todas as teclas da língua portuguesa. Se existem, é para serem usadas, não podem é ser usadas a torto e a direito."
Excerto da entrevista de Luís Miguel Queirós a Mário Cláudio, jornal Público online, 16/ 10/ 2015, a propósito da publicação de Astronomia, o mais recente livro do escritor.
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