Salvador Dali (1904-1989), A Persistência da Memória (1931).
"(...) O tempo pode resumir-se numa fórmula, digamos, matemática: p > f, em que p é o passado e f o futuro. O sinal > é transição e passagem, um V que se deitou no sonho impossível de tornar eterno o fugaz. Se o levantarmos de seu sono, V é vento que foge, vela que se derrete, vaga que adonda e se desfaz, vertigem, voragem, vómito de lava de vulcão que sepulta cidades inteiras... Tudo isto é sabido e a que se costuma chamar lugar-comum. Os poetas de todos os tempos o sentiram e o pintor, que se apressa com suas tintas e pincéis a fixar um pôr de sol que está a desaparecer sobre o mar, o escultor que arranca ao seio do mármore a beleza de um momento... (...)."
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