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Escola Secundária José Saramago - Mafra

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O CINEMA DE LUBITSCH


Ernst Lubitsch (1892-1947).
Imagem daqui.



"Há duas espécies de cineastas, e é igual para os pintores e os escritores; há os que trabalhariam até numa ilha deserta sem público e os que renunciariam em nome de uma pergunta: para quê? Logo, nada de Lubitsch sem público, mas atenção, o público não está para lá da criação, está com ela, faz parte do filme. Na banda sonora de um filme de Lubitsch, há o diálogo, os ruídos, a música, e há os nossos risos; são essenciais, senão não haveria filme. As prodigiosas elipses do argumento só funcionam porque os nossos risos estabelecem uma ponte de uma cena para outra. No queijo gruyère Lubitsch, cada buraco é genial.

Usada a torto e a direito, a palavra encenação significa finalmente alguma coisa; aqui, é um jogo que só pode ser praticado a três, e apenas enquanto decorrer a projecção. Quem são esses três? Lubitsch, o filme e o público."

François Truffaut, Os Filmes da Minha Vida, Lisboa, Orfeu Negro, 2015, pp. 70-71.



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