Edgar Degas, Marine, soleil couchant (1869).
Imagem daqui.
O MAR E O AMOR
O mar mais o amor são igualmente amargos.
Amargo, sim, o mar; amargo, sim, o amor.
E, tal como no mar, naufragamos no amor,
pois no mar e no amor existem tempestades.
Quem as águas temer, permaneça na marge;
e quem temer o mal de sofrer por amar
não se deixe, jamais, pelo amor inflamar:
assim ficam os dois libertos de naufrágio...
Teve a mãe do amor como seu berço o mar,
Sai o fogo do amor; sua mãe sai das águas;
mas contra um fogo tal a água não tem armas.
Pudesse ela extinguir um braseiro amoroso,
e então o teu amor, que para mim é fogo,
'staria extinto já no mar das minhas lágrimas.
Pierre de Marbeuf, "Et la mer et l'amour ont l'amer pour partage", in Vozes da Poesia Europeia - II, traduções de David Mourão-Ferreira, número 164, maio-agosto de 2003, p. 177.
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