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DE OS SONETOS A ORFEU
1. XXII
Apressados que somos!
Mas a marcha do tempo
é como simples sopro
dentro do permanente.
O que depressa corre
em breve é já passado:
só no que se demora
somos iniciados.
Juventude, não turves
teu coração no ímpeto
nem no sonho do voo.
O claro e o escuro,
a flor tal como o livro:
tudo exige repouso.
Rainer Maria Rilke, Die Sonette an Orpheus, Erster Teil, XXII (1923), in "Vozes da Poesia Europeia - III", Colóquio-Letras, traduções de David Mourão-Ferreira, número 165, setembro-dezembro de 2003, p. 52.
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