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Escola Secundária José Saramago - Mafra

quarta-feira, 3 de abril de 2013

SUGESTÃO DE LEITURA (33)


Darwin foi um dos primeiros investigadores a consi­derar os benefícios do sexo e fê-lo de modo pragmático, como sempre. Ele entendia que a principal vantagem do sexo era o vigor híbrido, ou seja, que a descendência de dois progenitores não relacionados é mais forte, mais saudável e mais apta — e tem menor probabilidade de sofrer de doenças congénitas como a hemofilia ou a doença de Tay-Sachs — do que os filhos de progenitores familiares próximos entre si. Bastava olhar para as an­tigas monarquias europeias como, por exemplo, os Habsburgos, um ramo doentio e insano, para estimar os efeitos nefastos de demasiada consanguinidade. Para Darwin, o sexo tinha tudo a ver com a exogamia, não obstante ter casado com a sua única prima direita, o modelo de virtude Emma Wedgewood, de quem teve 10 filhos.  
A resposta de Darwin gozava de dois grandes méri­tos, mas padecia do seu total desconhecimento acerca dos genes. E os dois méritos são, por um lado, que o vigor híbrido é vantajoso de imediato e, por outro, que os benefícios são focalizados num indivíduo. Isto signi­fica que é mais provável que a exogamia dê origem a crianças saudáveis que não morram na infância, logo que mais genes sobrevivam até à geração seguinte. Trata-se de uma explicação darwiniana agradável, com um significado mais abrangente ao qual voltaremos mais tarde. (Aqui, a selecção natural está a actuar sobre indivíduos e não sobre grupos.) O problema é que esta interpretação só explica a exogamia e não do sexo.

LANE, Nick - A Espiral da Vida. Lisboa: Gradiva: 2012. 524 p. ISBN 978-989-616-489-8

Este livro está disponível para requisição na Biblioteca da ESJS.

NICK LANE é bioquímico e foi contemplado com a primeira fellowship em investigação da Provost’s Venture no Departamento de Genética, Evolução e Ambiente  - University College London. Publica com regularidade em revistas científicas reconhecidas internacionalmente e dedica-se à divulgação científica nos vários meios de comunicação social. É frequentemente orador convidado em conferências internacionais. O seu livro anterior, Power, Sex, Suicide, foi nomeado para o Prémio Royal Society para livros de ciência em 2006 (prémio que o livro agora publicado venceu em 2010) e para o Prémio Jovem Autor Académico do Ano. Foi ainda eleito livro do ano pela The Economist.
(Texto da badana do livro)

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