Imagem daqui.
O seu nome é gracioso e muito próprio dela:
Respira um vago tom de música inocente;
E lembra a placidez de um lago transparente,
Recorda a emanação tranquila duma estrela.
Lembra um título bom, que logo nos revela
A ideia do poema. E todo o mundo sente
Não sei que afinidade entre o seu ar dolente,
A sua morbidezza, e o nome próprio dela.
E chego a acreditar - ingenuamente o digo -
Que havia um nome em branco, e Deus pensa consigo
Em traduzi-lo enfim numa expressão qualquer:
De forma que a mulher suave e graciosa
Faz parte deste nome um tanto cor-de-rosa,
E este nome gentil faz parte da mulher.
Guilherme de Azevedo (1839-1882)
366 Poemas que Falam de Amor, escolhidos por Vasco Graça Moura, Lisboa, Quetzal, 2009, p. 519.
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