Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs

Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs, patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian
Escola Secundária José Saramago - Mafra

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO DE 2011!


RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ver,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL!

Natività - Sutri, Mitreo (Igreja de Madonna del Parto)


NATAL

Fiel das horas mortas

Desta noite comprida,

Pergunto a cada sombra recolhida

Que sol figura o lume

Que da lareira negra me sorri:

O do calor cristão?

O do calor pagão?

Ou a fogueira é só a combustão

Da lenha que acendi?


Presépios, solstícios, divindades...

A versátil natureza

Do homem, senhor de tudo!

Cria mitos,

Destrói mitos,

Nega os milagres que fez

E depois, desesperado,

Procura o mundo sagrado

Nas cinzas da lucidez.


Miguel Torga, São Martinho da Anta, 24 de Dezembro de 1972

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

FORMANDOS LERAM POEMAS DE NATAL NA BE




Acompanhados pela formadora Inês Jerónimo, formandos de CLC escolheram para leitura poemas propostos pela Biblioteca Escolar.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

POESIA DE MARIA LUÍSA PINTO (1)

Mafra, 16 / 12 / 2009

JESUS NASCEU

Porque Deus o mundo amou
o Seu Filho Ele deu.
Uma virgem escolheu
que se chamava Maria.
E a partir daquele dia
em que o anjo lhe falou
algo aconteceu.
Maria creu e aceitou,
o Filho de Deus encarnou
e de seu ventre nasceu.
Alegre ela agradeceu
a Deus seu Salvador
o tê-la escolhido
para mãe de seu Senhor!
Como se sentia honrada
a que fora agraciada
ser mãe do filho de Deus!
Rejubilava de alegria
a virgem de Nazaré
que se chamava Maria.
Agora esperança havia
para toda a humanidade.
Dela o menino nascia
que iria salvar a todos
quantos Nele cressem de verdade.
Dos pecados e maldade
havia agora o perdão
por Jesus, o Salvador
que nos deu todo o Amor.
E com Ele, a vida Eterna
também nos foi oferecida
porque Ele é a Vida!
 de M. L.


Mafra, Dezembro, 2007

É NATAL

A noite era escura
os pastores vigiavam.
Os rebanhos no campo
tranquilos, descansavam,
quando a Glória de Deus
a noite iluminou.
Os pastores temeram
e um anjo falou:
Não temais
Trago boas novas
para a humanidade.
Hoje, na cidade
de David, em Belém
vos nasceu o Salvador
que é Cristo o Senhor.
E um coro de anjos
ecoou nos céus
com seus louvores
glorificando a Deus.
Logo os pastores
foram a Belém.
Encontraram o Menino
com sua Mãe,
envolto em panos,
numa manjedoura,
como o anjo lhes dissera.
Não havia dúvidas.
Aquele era o Rei,
o Rei d' Israel
que há muito esperavam.
O Salvador do mundo
de Quem os profetas
tanto falaram.
E ao coro dos anjos
sua voz juntaram
e em seus corações
alegres cantaram:
Glória ao Senhor
NASCEU O SALVADOR!
de M. L.


Poemas escritos por Maria Luísa Pinto, formanda do 357 que está a frequentar a formação de CLC no grupo EFA SAG. É uma septuagenária cheia de vida e vontade de saber. Muito empenhada, a idade não lhe tirou a vontade de evoluir e muito menos a sua capacidade de escrita, que ela cultiva com toda a motivação, expressando-se quer em verso quer em prosa.
Parabéns Maria Luísa e continue!
Texto de Inês Jerónimo, formadora de CLC 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

MONTRA DE LIVROS (2)



Mais aquisições recentes no âmbito do projecto novasoportunidades@biblioteca.esjs, com o apoio integral da Fundação Calouste Gulbenkian.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL


Fotografias do professor Martinho Rangel

A Biblioteca da ESJS deseja a todos um Feliz Natal repleto de leituras.

LEITURAS DE NATAL

Fotografia do professor Martinho Rangel 



NATAL NA BIBLIOTECA

Fotografia do professor Martinho Rangel
  

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ARTE NA BIBLIOTECA (3)


Expressão Plástica

Trabalhos realizados pelos alunos do 10.º Q1 do Curso Profissional de Técnico de Apoio à Infância, sob orientação do professor Bruno Côrte Fernandes.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

DIGA-NOS O QUE ANDA A LER

Escreva o título do livro que anda a ler no mural da Biblioteca Escolar.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MONTRA DE LIVROS (1)



Aquisições recentes no âmbito do projecto novasoportunidades@biblioteca.esjs, com o apoio integral da Fundação Calouste Gulbenkian.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

FORMANDOS DA TURMA B3 B VOLTARAM À BIBLIOTECA EM CONTEXTO DE SALA DE AULA


Os formandos da turma B3 B tiveram mais uma sessão de formação de área de Linguagem e Comunicação na BE. Desta vez apresentaram oralmente aos colegas o resultado de pesquisas efectuadas, nomeadamente os dados bio-bibliográficos de um autor à sua escolha, complementados com a leitura de excertos de uma obra desse mesmo autor.
Texto de Ester Campos, formadora de Linguagem e Comunicação

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

NATAL, E NÃO DEZEMBRO

Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.

David Mourão-Ferreira, in Cancioneiro de Natal, Lisboa, Edições Rolim, 1986.

SUGESTÃO DE LEITURA (3)

Livro disponível na Biblioteca Escolar.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

POESIA DE FÁTIMA LOPES

O meu corpo é alentejano.
O meu coração é Angolano.
A minha alma é sem dono.
Este é meu eu.

Chamo-me Fátima Lopes, sou formanda dos cursos EFA de nível secundário, em regime nocturno, na Escola Secundária José Saramago, em Mafra e resido na Ericeira.
Não me considero poeta nem escritora, só uma brincalhona, brinco com as palavras, limito-me a debitá-las no papel, eis aqui os meus "escritos".

Fingir

Não sou poeta,
Todos o dizem.
Só dou a volta
À mensagem.
São palavras,
Soltas como solas.
De sapatos roídos.
De tão puídos.
Só de amor
Consigo falar.
Receber de dor,
Consigo voltar.
Presa num corpo,
Grande, disforme.
Como um campo,
De jogo demente.
Finjo que escrevo
Sem nada dizer.
De palavras encravo,
O meu escrever.
Sem escrever
O que sinto.
Nem dizer
O que conto.
Sem contar o sentido
Do que sinto.
No espaço contido
Pelo lápis preto.
Na folha branca.
Que espera por mim.
De esperança branca.
Feita por mim.
Escrevo meu ser,
Ou o que penso dele.
Aponto meu viver,
Ou o que sinto por ele.

Meu triste ser 

Triste estou em meu viver.
Em prisão de pau-preto.
Enredada no meu ser.
Cativa no meu trajecto.
Sem rumo, nem caminho.
Cativa num cativeiro.
Grades de falso carinho.
Amor feito de dinheiro.
De gosto feito desgosto.
Ilusão doce desfeita.
Degredo feito de pranto.
Incrédula alma preta.
Sem porta de saída ao ver.
Presa estou em meu viver.
Oh! Triste eu, meu triste ser.
Triste estou em meu viver.

Por um dia espero

Não posso
Não devo,
Não quero!
Mas desejo...
Desejo ardente incontido.
Desejo que queima,
Que arde por ti em espera desesperada.
Por um dia olhares e desejares,
Sem pestanejos nem dúvidas,
Só um murmúrio incontido,
Por ti, desespero e espero.
De espera incontida
Por um dia espero.

Voa

Voa para longe alazão.
Voa na liberdade alazão.
Voa nas asas do vento.
Voa depressa o pensamento.
Voa na força do desejo.
Voa para lá do Tejo.
Voa sem amarras.
Voa sem algazarras.
Voa sem grilhetas.
Voa sem desditas.
Voa bem depressa.
Voa que tenho pressa.
Voa ao País dos sonhos.
Voa nos meus sonhos.
Voa que estou acordada.
Voa que estou enfadada.

Amar

A mim, tu vieste sem amar.
Foi meus olhos! Grandes de mar.
Em meu alvo leito deitaste.
Sem sentimento, por mim vieste.
Em teus braços me tomaste.
Tanto amar tu me disseste.
De tão pura nudez vestida.
De tão pura nudez despida.
Nas ondas grandes do mar, talvez...
Tu disseste amar minha nudez.
Amor que depressa esmorou.
Engano suave engano.
Ilusão triste de engano.
Foram nas grandes ondas do mar.

Onde estás?

Enlevo doce, sereno almejo.
Tanto vasculhar, sem vasculho.
No novelo do coração vermelho.
Insana busca, busco cheia de pejo.
Onde estás meu doce enlevo?
Que não chegas a mim, teu bafo,
Num quente e morno abafo.
Para meu corpo enleares no teu abafo?
Aquando nos braços do esquecimento.
Mais anseio, por ti, por teu enleio.
Que vejo, sem sentir, teu encanto cheio.
Só nas brumas do pensamento.
Escondida, de vergonha imposta.
Por ti espero nos braços de Morfeu.
Ávido, sereno, irreconhecível está meu eu,
Que para ti, meu enlevo, aberta está a porta.
Mas ... meu doce enlevo,
Que tanto procuro sem nada procurar.
Que tanto espero sem nada esperar.
Onde estás meu doce enlevo?