Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs

Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs, patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian
Escola Secundária José Saramago - Mafra

terça-feira, 31 de outubro de 2017

MARCENDA


Adamastor, Alto de Santa Catarina, Lisboa.
Imagem daqui.




XVIII

Saudoso já deste verão que vejo,
Lágrimas para as flores dele emprego
        Na lembrança invertida
        De quando hei-de perdê-las.
Transpostos os portais irreparáveis
De cada ano, me antecipo a sombra
        Em que hei-de errar, sem flores,
        No abismo rumoroso.
E colho a rosa porque a sorte manda.
Marcenda, guardo-a; murche-se comigo
        Antes que com a curva
        Diurna da ampla terra.


Ricardo Reis, Poesia, edição de Manuela Parreira da Silva, Lisboa, Assírio & Alvim, 2007, p. 35.



sexta-feira, 27 de outubro de 2017

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

DA CONCISÃO LXXXVII


Roda das emoções de Plutchik.




"Dizem que não há emoção sem que o corpo se manifeste."

Frederico Cavaglià

Irene Carvalho, Refúgio das Horas Incertas, Prefácio, Lisboa, Edição Vírgula, 2010, p. 10.




quarta-feira, 25 de outubro de 2017

terça-feira, 24 de outubro de 2017

AMATO LUSITANO


Imagem daqui.



«JOÃO RODRIGUES (ou Joã Roiz) de Castelo Branco (Castelo Branco, 1511-1568, Salónica) ou Amato Lusitano, português, judeu, médico, praticante de cirurgia, exilado, percorreu a Europa e em Ferrara escreveu sobre a descoberta das VÁLVULAS NAS VEIAS, em 1547. Com Garcia de Orta e Francisco Sanches, Amato é considerado um dos expoentes máximos da Renascença médica portuguesa. É sabido que muitos judeus portugueses foram médicos de nomeada em todos os tempos. É mesmo uma das profissões predominantes nos judeus ilustrados. Mas Amato dedicou-se também ao estudo dos autores antigos ao mesmo tempo que acompanhava o movimento europeu de traduções e de edições científicas. (...) Amato morreu exilado na Turquia. Ele próprio escreveu: "Fui sempre diligente no estudo e por tal forma que nenhuma ocupação ou circunstância, por mais urgente que fosse, me desviou da leitura dos bons autores; nem o prejuízo dos interesses partidários, nem as viagens por mar, nem as minhas frequentes deambulações por terra, nem por fim o próprio exílio me abalaram a alma como convém ao homem sábio". Deixou ainda alguns poemas impressos no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, de que se destaca a Cantiga, Partindo-se.


CANTIGA, PARTINDO-SE

Senhora, partem tam tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tam tristes, tam saüdosos,
tam doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tam tristes os tristes,
tam fora d'esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

João Roiz de Castelo-Branco (Amato Lusitano)»


Testemunhos do Judaísmo em Portugal, Exposição Bibliográfica e Iconográfica, organização do Gabinete das Relações Internacionais do Ministério da Cultura, texto de Maria Helena Carvalho dos Santos, Lisboa, Ministério da Cultura, 1999, pp. 83-84.




sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO EM SARAMAGO





"Este estudo, assim é apresentado pela editora, incide sobre o espaço na obra literária de José Saramago. Considerada uma categoria intencionalmente privilegiada pelo escritor em muitos dos seus romances, não apenas na dimensão física, mas numa multiplicidade de sentidos emergente a partir dos diferentes topoi apresentados, reconhece-se a existência de uma linha ascensional que reflecte a forma evolutiva como vão sendo apresentados os espaços, reais ou sugeridos, em interacção com as personagens, implicando nestas um forte crescimento interior.
Vão ser exploradas as dimensões humana e simbólica do espaço. A cada uma destas dimensões é associada, respetivamente, a memória e a violência."

Da Fundação José Saramago.



quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O QUE EU NÃO QUERO SER E PORQUÊ III


Imagem daqui.




Não quero ser presunçosa;
não quero ser egoísta;
não quero que o medo se apodere de mim;
não quero ser insegura;
não quero ser preguiçosa;
não quero ser medrosa;
não quero ser tão «coração mole»;
não quero ser ingénua;
não quero deixar-me levar pelo que não interessa;
não quero perder de vista os meus objetivos;
não quero ser solitária;
não quero deixar para trás quem amo;
não quero ficar presa a quem só me quer mal;
não quero abandonar ninguém;
não quero deixar de amar;
não quero deixar de sorrir;
não quero ser triste;
não quero ser vulgar;
não quero ser maldisposta;
não quero ver o mundo com olhos tristes ou zangados;
não quero ser a pior versão de mim mesma;
não quero esconder a minha melhor versão;
não quero passar despercebida;
não quero ser ninguém;
não quero não ser eu;
isto tudo porque quero ser feliz.

Elisabete Domingos, Aluna do 12º CT4 desta Escola.



segunda-feira, 16 de outubro de 2017

AS MINHAS PALAVRAS PREFERIDAS (E AQUELAS QUE DETESTO)


Vincent Van Gogh, Le café de nuit (1888).
Imagem daqui.




Pode parecer estranho, mas o meu instinto leva-me a dizer que as minhas palavras preferidas são o cor de laranja, o amarelo e o verde, enquanto as que detesto (não é somente não gostar, é mesmo detestar) são: o preto, o roxo e o castanho. Mas porquê as cores? Não devem significar unicamente a tonalidade que designam?

Ao contrário de muita gente talvez, para mim cada cor está associada a uma sensação, a uma memória ou, até mesmo, a uma pessoa. Neste caso, sinto a necessidade de, em primeiro lugar, mostrar os tópicos ou as palavras a que mais sou sensível: o preto representa uma pessoa da minha vida que me marcou da forma mais negativa; o roxo e o castanho são duas cores associadas às nódoas negras, à dor.

Por outro lado, as cores que me representam hoje em dia, que contribuíram para formar a pessoa que sou, são: o laranja - a cor do pôr-do-sol, a cor que aquece o coração e que me lembra a amizade; o amarelo - a cor da alegria, do sol que me faz sentir feliz; por fim, o verde - a cor da esperança, que me leva a acreditar que existe sempre um novo dia, um recomeço.

Texto da autoria de uma Aluna do 12º SE1.



sexta-feira, 13 de outubro de 2017

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

CONFISSÕES II


Imagem daqui.




Não sou melhor que ninguém, mas tento ser melhor do que eu própria a cada dia que passa.

Irina Pedroso, Aluna do 12º CT4 desta Escola.



quarta-feira, 11 de outubro de 2017

CONSELHOS QUE DARIA A UM MARCIANO ACABADINHO DE ATERRAR NA MINHA RUA... II


Imagem daqui.




Seria interessante se um marciano aterrasse agora mesmo na minha rua. Se isso acontecesse, dar-lhe-ia alguns conselhos para viver aqui, na Terra.

«Não sei como funciona o teu planeta» - dir-lhe-ia - «mas a verdade é que aqui na Terra somos todos diferentes; infelizmente, nem sempre a diferença é vista como uma característica da diversidade, mas, sim, como algo estranho e repugnante... Enquanto aqui permaneceres, deves respeitar as características daqueles que te rodeiam e dar o teu máximo para que cada pessoa possa viver em paz e harmonia consigo mesma e com os outros. Deves ser humilde, ajudar aqueles que necessitam e sobretudo preservar a vida!

Não sei se sabes, mas existem alguns seres que habitam neste planeta que não respeitam a vida, que se acham donos e senhores do mundo, matando e causando sofrimento apenas porque acreditam que o ser humano é superior... No entanto, há algo maravilhoso que não posso deixar de te referir: a Natureza. Fazem parte dela uns seres muito especiais, os nossos melhores amigos, aos quais chamamos Animais. São sempre fiéis e amam-nos de forma incondicional. Lamentavelmente, nem sempre são considerados e respeitados como merecem. Estes seres maravilhosos contribuem para a fantástica paleta de cores que compõe o nosso planeta, em conjunto com o verde das árvores, o castanho da terra, o azul do mar e do céu, a luz do sol e o brilho da lua.

Vivemos num planeta admirável, repleto de tonalidades e aromas, mas os seres humanos nem sempre mostram apreciar estas riquezas. Apesar dessa ingratidão, somos capazes de grandes proezas, como amar incondicionalmente, cuidar e ajudar, construir, criar e inovar, pensar e refletir, abraçar e sorrir!»

Joana Miranda, Aluna do 12º CT3 desta Escola.



terça-feira, 10 de outubro de 2017

ANA HATHERLY E O BARROCO - NUM JARDIM FEITO DE TINTA


Ana Hatherly (1929-2015), Sem título (1972). Tinta da China sobre papel.
A imagem e todas as informações encontram-se aqui.



Exposição-ensaio patente na Fundação Calouste Gulbenkian, de 13 de outubro a 15 de janeiro de 2018.



segunda-feira, 9 de outubro de 2017

DO QUE NÃO SE ACABA


Jacek Yerka.




DO QUE NÃO SE ACABA

Pode parecer coisa pouca o que
Escrevo
Mas se bem percebo
A sílaba cresce em palavra,
Que acrescentada uma a outra
Nunca se acaba!

Maria Manuel Reis, Professora desta Escola.



POESIA DE LUÍSA CORDEIRO (21)


Sou... e não sou...



Não sou maior 
nem menor,
não sou de menos 
nem demais,
não me sei dividir
nem multiplicar,
apenas e tão somente
me sei dar.



Osmose,
vasos comunicantes,
fusão...
arco-íris,
sol,
luz e penumbra...
absorção.



No âmago, 
à flor da pele, 
tão simplesmente...
sou...
na palma da minha mão. 


Luísa Cordeiro (assistente administrativa na ESJS)


sexta-feira, 6 de outubro de 2017

CONFISSÕES I


Imagem daqui.




Não quero ser «desconhecido» nem esquecido; aceitarei tudo o que contribua para melhorar o meu estilo de vida, desde que não altere o seu fundamento - o resto recuso; nada me destroça mais que perder alguém, apenas não o mostro porque não preciso de o fazer, do mesmo modo que o amor que sinto se esconde; lembro-me de tudo o que quero, esqueço-me, em contrapartida, de tudo o que não preciso; qualquer arte é boa; não tenho filmes favoritos; sempre tive medo de uma, e apenas de uma, coisa, não da morte, mas do final da minha história; nunca perdi nada que passasse a vida a procurar, se perdesse, e a busca persistisse, isso significaria que não me tinha empenhado suficientemente na procura; visitei apenas França, Espanha e Londres, o Japão ainda não; a minha memória mais bela não é a mais bonita, é, contudo, a que mais tempo perdura; no caminho para a Escola vejo apenas carros e estradas, pessoas e edifícios; não tenho especial gosto nem desgosto por palavras; detestaria provar insetos; a ninguém mais se escreve, mas, se pudesse, corresponder-me-ia com o mundo todo; já aprendi muito na Escola, e embora ainda não seja o suficiente, já é tanto que é impossível escrevê-lo; domingo de chuva é um dia como qualquer outro, farei o que no resto dos dias não pude realizar; acho que o gato não deseja nada ao rato, apenas o quer como bola; o professor ensina como profissão, no entanto o seu trabalho é educar o aluno; não daria conselhos nenhuns a um marciano que, eventualmente, chegasse à minha rua, até porque ele não me entenderia.

Henrique Antunes, Aluno do 12º SE1 desta Escola.




1867 - UM ANO DE GIGANTES: RAUL BRANDÃO, ANTÓNIO NOBRE, CAMILO PESSANHA


A imagem e todas as informações encontram-se aqui.



«O Congresso Internacional 1867 - Um Ano de Gigantes: Raul Brandão, António Nobre, Camilo Pessanha (...), que decorrerá no Auditório da Biblioteca Nacional de Portugal entre os dias 23 e 25 de outubro de 2017, tem como propósito desenvolver distintas leituras tendo como mote cada um dos autores e a importância singular do conjunto que representam.»



quarta-feira, 4 de outubro de 2017

O QUE EU NÃO QUERO SER E PORQUÊ II


Imagem daqui.




Atualmente, o Homem receia as capacidades da sua própria espécie. Temos medo de terroristas e do que eles poderão fazer, temos medo de ser enganados ou traídos.

Acredito que o receio que temos da nossa espécie se deve ao facto de termos consciência de que, simultaneamente, o ser humano possui um instinto selvagem e é dotado de inteligência racional.

Não quero ser temida, mas respeitada e, tal como todos os humanos, não quero ser enganada nem traída. Porque concordo com o provérbio «Não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti» também não quero ser mentirosa nem traidora.

Não quero ser egoísta nem advogada, não quero ser interesseira nem pintora, não quero ser ambiciosa nem contabilista... Enfim, há muita coisa que eu não quero ser, o difícil é saber o que quero.

Daniela Duarte, Aluna do 12º CT3 desta Escola.



terça-feira, 3 de outubro de 2017

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

MÊS INTERNACIONAL DA BIBLIOTECA ESCOLAR 2017

Imagem: Rede de Bibliotecas Escolares (RBE)

Ligando comunidades e culturas

Este é o tema definido pela International Association of School Librarianship (IASL).

Para assinalar o Mês Internacional da Biblioteca Escolar (MIBE), a RBE lança o concurso de ideias "Ligando comunidades e culturas".
Até 3 de novembro, os alunos são desafiados a apresentar uma ideia. O desafio consiste na criação de um jogo original.

Consulte aqui toda a informação sobre o concurso.

3ª EDIÇÃO DO PRÉMIO LITERÁRIO UCCLA - NOVOS TALENTOS, NOVAS OBRAS EM LÍNGUA PORTUGUESA


A imagem e todas as informações, incluindo o regulamento, encontram-se aqui.




As candidaturas ao Prémio Literário da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) decorrerão até 31 de janeiro de 2018. São admitidas candidaturas de concorrentes de qualquer nacionalidade, fluentes na língua portuguesa, com idade não inferior a 16 anos.




SÉTIMO SIGNO


Homo signorum, manuscrito, ca. 1450-1460.




SÉTIMO SIGNO

Em sétimo signo navego
Fazendo do Ar o meu elemento,
Governada por Vénus balanço no que carrego
E aproximo-me da minha viragem no tempo.

Nascida em mês de libriana constelação
Exploro e idealizo o meu Universo,
Da mente faço a minha expressão
E dela virá a força zodiacal em mar adverso. 

Maria Manuel Reis, Professora desta Escola (e aniversariante - Parabéns!)