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Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs, patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian
Escola Secundária José Saramago - Mafra

sexta-feira, 25 de julho de 2014

FÉRIAS


Imagem daqui.




"UM LIVRO PARA FÉRIAS

Um livro para férias não deve ser escolhido. O que se escolhe serve à personalidade, e as férias são o pretexto para sermos impessoais, fazer o que muitos fazem, ir para onde muitos vão. Pegue num livro que não pese mais de 200 gramas e leve-o consigo. Leia três páginas, esqueça-o na gare ou no banco das termas, na praia ou no restaurante, e aí, sobretudo, aí, tenha a certeza que é o bom livro para férias; se você não tiver pena de o ter perdido."

Agustina Bessa-Luís, Caderno de Significados, selecção, organização e fixação de texto de Alberto Luís e Lourença Baldaque, Lisboa, Guimarães Editores, 2013, p.98.


quinta-feira, 24 de julho de 2014

segunda-feira, 21 de julho de 2014

FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY 2014




Imagem daqui.


Esta edição, que homenageia Millôr Fernandes, dramaturgo, editor, tradutor e artista gráfico brasileiro (1923-2012), contará com a presença do escritor português Almeida Faria e decorrerá de 30 de julho e 3 de agosto de 2014.

Informações detalhadas no sítio http://www.flip.org.br/


quarta-feira, 16 de julho de 2014

A ALMA LUSÍADA

Imagem daqui.



“A primeira grande tónica da nossa psicologia colectiva parece ser o paradoxal. Centra-se em torno do binómio passividade-acção.

Por um lado, somos vistos como pessimistas, contemplativos, falhos de iniciativa e tendentes ao servilismo; por outro, marcámos a História como povo determinado, criativo, aventureiro e idealista. Se o nosso pessimismo e demais sentimentos depressivos são tão reais, não parecem, contudo, ter-nos condicionado como povo, nem impedido de realizarmos o nosso destino concreto. Antes pelo contrário. Quase sempre as grandes tragédias históricas se converteram em símbolos positivos dinamizadores do futuro. Do confinamento físico a que Castela nos sujeitou na Idade Média, nasceu a aventura marítima; do desastre de Alcácer Quibir, nasceu o mito sebástico; das grandes comoções colectivas têm nascido, ao longo dos séculos, as grandes solidariedades nacionais. (...)

Teixeira de Pascoaes via demarcada duas linhas psíquicas na Península Ibérica: a sentimental e a quixotesca: «O lar sentimental da Ibéria - escrevia - é a Lusitânia; como Castela é o seu palco teatral ou quixotesco». Mas as duas linhas, na alma lusíada, não se excluem: complementam-se. Somos, assim, uma espécie de síntese de alma; mas uma síntese que, sendo paradoxal, é, contudo, assimilada numa predominância sentimental. Somos - continua Pascoaes - «lembrança e esperança, carne do Pança e osso do Quixote, fugitivo na Serra do Marão. O imortal cavaleiro, isolado de Castela, de dramático, torna-se elegíaco. E temos a alma dupla da Ibéria, ou uma só com duas faces: a quixotesca e a saudosa».

Outra característica da nossa personalidade lusíada é o pendor aparentemente antifilosófico. O nosso pensar arranca da experiência, do concreto. Somos intuitivos: pensamos sentindo. O nosso conhecimento é conhecimento «de experiência feito», originado, como diria o rei-filósofo D. Duarte, mais do sentir próprio do que de teorizações abstractas: «nom compre leer per outros livros, (...), mes cada huũ (…), consiire seu coraçom no que já per feitos desvairados tem sentido».

É assim que também o genuíno pensamento português, a sua «filosofia» original, deve ser procurado não nas sistematizações mentais, mas, antes, nos seus poetas. «Uma verdade, quando aparece no mundo, - diz Pascoaes – é o poeta a primeira pessoa que visita…»; como que a confirmar aquela sua outra palavra: «Aonde não chega a razão, chega a inspiração». (…)”

Alfredo Antunes, Saudade e Profetismo em Fernando Pessoa – Elementos para uma Antropologia Filosófica, Braga, Publicações da Faculdade de Filosofia, 1983, pp.69-70.


segunda-feira, 14 de julho de 2014

ANTÓNIO RAMOS ROSA: A POESIA EM DIÁLOGO COM O UNIVERSO

António Ramos Rosa, "Um movimento como um sopro", 1969
Imagem e informações detalhadas aqui.



Mostra patente na Biblioteca Nacional de Portugal de 15 de julho a 18 de outubro.
Entrada livre.



quinta-feira, 10 de julho de 2014

SALOMÃO

William Blake (1757-1827), O Julgamento de Salomão (1799-1800)
Imagem daqui.




"E pois nomeámos o mais sábio de todos os homens, e o mais opulento, e delicioso de todos os Reis, ele nos dirá o verdadeiro conceito que fez, e nós devemos fazer dos bens do mundo. «Eu me resolvi», diz Salomão, «a me dar a todas as delícias, e gozar todos os bens desta vida»: Dixi ego in corde meo, vadam, et affluam deliciis, et fruar bonis (Ecl 2,1). Com este pressuposto querendo, podendo, e sabendo fazer quanto quisesse, porque ninguém pôde tanto, nem quis mais, nem soube melhor que Salomão, vede o que faria. Fabricou um Palácio real em Jerusalém, que depois do Templo que ele edificara foi o segundo milagre; no monte Líbano traçou vários retiros, e casas de prazer, em que de mais de se ver junto todo o raro, e curioso do mundo, a amenidade dos jardins, a frescura das fontes, a espessura dos bosques, a caça, e montaria de aves, e feras, e até as sombras no verão, e os Sóis no inverno excediam com a arte a natureza; o trono de marfim em que dava audiência, e a carroça chamada Férculo, em que passeava, eram de tal arquitetura, e preço, que faz particular descrição deles a Escritura; às galas de Salomão o mesmo Cristo lhes chamou glória; os tesouros de ouro, e prata, que ajuntou, eram imensos; os gados maiores, e menores, que naquele tempo também eram riquezas dos Reis, não tinham número; os cavalos estavam repartidos em quarenta mil presépios; a sumptuosidade da mesa, para a qual concorriam diversas Províncias, e a majestade, grandeza, e ordem dos Oficiais, e Ministros, com que era servido, foi a que encheu de pasmo a Rainha Sabá; as baixelas, e vasos eram de ouro, as músicas de vozes esquisitas de ambos os sexos, e os cheiros, e aromas com que tudo recendia, quanto cria, e exala o Oriente. Não falo na qualidade, e gentileza das Damas, filhas de Príncipes, e escolhidas em diferentes nações, entre as quais só as que tinham nome, e estado de Rainhas, eram sessenta, servidas todas com aparato, e magnificência Real. Tudo isto gozava Salomão em suma paz, e com igual fama, sem inimigo, ou receio que lhe desse cuidado, e em tudo se empregava com tal aplicação, e excesso, que ele mesmo confessa de si que «nenhuma coisa viram seus olhos, nem inventaram seus pensamentos, nem apeteceram seus desejos, que lhe negasse»: Omnia quae desideraverunt oculi mei non negavi eis, nec prohibui cor meum quin omni voluptate frueretur (Ecl 2,10). Estando pois nestas felicidades de Salomão, não só recompilados, mas estendidos todos os bens do mundo, saibamos por fim que conceito fez deles. Ele o diz, e em bem poucas palavras: Cum me convertissem ad universa opera, quae fecerunt manus meae, et ad labores in quibus frustra sudaveram, vidi in omnibus vanitatem, et afflictionem animi (Ibidem, 11): «Voltando os olhos a tudo quanto tinha feito, em que debalde tinha trabalhado, e suado» («feito» diz, e «trabalhado», e «suado», e não «gozado», porque tudo o que gozou foi «debalde», frustra) «e o que vi, e achei em tudo, é que tudo é vaidade, e aflição de ânimo»: Vanitatem, et afflictionem animi. Logo se todos os bens do mundo são vaidade, como podem ser verdadeiros bens? E já que lhes concedamos o nome de bens; se todos causam aflição do ânimo, como podem ser bens sem mistura de males?"

Padre António Vieira, "Sermão da Segunda Dominga da Quaresma", in Obra Completa do Padre António Vieira, direção de José Eduardo Franco e Pedro Calafate, Círculo de Leitores, 2013, Tomo II, Volume II, pp.59-60.


terça-feira, 8 de julho de 2014

DA CONCISÃO XXXVII

Criação de Cecilia Levy. Daqui.



"A arte de não ler é muito importante. (...) Uma condição prévia para ler bons livros é não ler os maus: a nossa vida é curta."

Arthur Schopenhauer, Aforismos, Mem Martins, Publicações Europa-América, 1998, p.98.



TRINDADES TRIVÚLSICAS EM LIVROS DA BIBLIOTECA NACIONAL

Imagem e informações detalhadas aqui.


Seminário no dia 9 de julho, pelas 18h00, na Biblioteca Nacional de Portugal, com entrada livre.


terça-feira, 1 de julho de 2014