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Escola Secundária José Saramago - Mafra

quarta-feira, 11 de maio de 2016

DO NOME VII


Imagem daqui.



O seu nome é gracioso e muito próprio dela:
Respira um vago tom de música inocente;
E lembra a placidez de um lago transparente,
Recorda a emanação tranquila duma estrela.

Lembra um título bom, que logo nos revela
A ideia do poema. E todo o mundo sente
Não sei que afinidade entre o seu ar dolente,
A sua morbidezza, e o nome próprio dela.

E chego a acreditar - ingenuamente o digo -
Que havia um nome em branco, e Deus pensa consigo
Em traduzi-lo enfim numa expressão qualquer:

De forma que a mulher suave e graciosa
Faz parte deste nome um tanto cor-de-rosa,
E este nome gentil faz parte da mulher.

Guilherme de Azevedo (1839-1882)


366 Poemas que Falam de Amor, escolhidos por Vasco Graça Moura, Lisboa, Quetzal, 2009, p. 519.



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