Imagem daqui.
"(...) Navegamos na Internet e não mais além da Taprobana. Tenho pena. Camões foi para mim uma dificuldade amável, gostava de dividir as orações nos Lusíadas, como se divide a risca do cabelo: escrupulosamente. Foi um parente que nos fez sombra pelo que tinha de rico, formoso e infinito. Agora é mais um profeta no desemprego. «Costuma ferir a sombra aos que cantam», disse Vergílio. Por isso os poetas serão sempre maltratados pelos que na sombra vivem."
Porto, junho de 2001
Agustina Bessa-Luís, Caderno de Significados, selecção, organização e fixação de texto de Alberto Luís e Lourença Baldaque, Lisboa, Guimarães Editores, 2013, pp.16-17.
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