Imagem daqui.
9.
De noite passarinho é órfão
para voar. Não enxerga
nem o pai das vacas
nem o adágio dos arroios.
Seu olho de ovo emaranha com folhas.
No escuro não sabe medir direção e trompa nos paus.
Passarinho é poeta de arrebol.
Manoel de Barros, "Seis ou treze coisas que eu aprendi sozinho", Compêndio para Uso dos Pássaros, Vila Nova de Famalicão, Quasi Edições, 2007, p. 308.
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