"Damas, cavaleiros, armas e amores,
cortesias e audazes feitos canto,
do tempo em que o mar Mouros vingadores
passaram, para França molestar tanto,
seguindo a ira e juvenis furores
do rei de África, Agramante, porquanto
ousou vingar a morte de Troiano
em rei Carlos, imperador romano.
Direi de Orlando, simultaneamente,
o que nunca foi dito em prosa ou rima:
por amor ficou furioso e demente,
tendo antes de sensato fama opima;
se a que quase me fez o equivalente,
e o pouco engenho sem cessar me lima,
permitir que eu conserve o requerido
para levar a bom fim o prometido.
(...)"
Início do Canto I de Orlando Furioso, de Ludovico Ariosto, tradução de Margarida Periquito, Lisboa, Cavalo de Ferro, 2007, p. 47.
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