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Escola Secundária José Saramago - Mafra

segunda-feira, 28 de abril de 2014

WILLIAM BLAKE - PROVÉRBIOS

William Blake (1757-1827), Proverbs of Hell (primeira página).
Imagem daqui.




No tempo das sementeiras, aprende; no das ceifas, ensina; no Inverno, goza.
(…)
Um tolo não vê a mesma árvore que um sábio vê.
(…)
Laboriosa abelha não tem ócios para a tristeza.

As horas da loucura são contadas pelo relógio; mas as da sabedoria não há relógio que possa contá-las.

Não voa alto de mais a ave que voa com as próprias asas.
(…)
O acto mais sublime é colocar outrem adiante de si.

Persistisse o louco em sua loucura, avisado se tornaria.
(…)
A raposa deita culpas à armadilha, não a si própria.

À ave o ninho, à aranha a teia, ao homem a amizade.

O que hoje se prova não passava ontem de imaginação.

A ratazana, o rato, a raposa, o coelho reparam nas raízes; o leão, o tigre, o cavalo, o elefante atentam nos frutos.

A cisterna contém; a fonte transborda.

Um único pensamento é susceptível de encher a imensidão.
(…)
Tudo quanto seja possível acreditarmos torna-se imagem da verdade.

Jamais a águia perdeu tanto o seu tempo como ao ter de ouvir as lições do corvo.

De manhã, pensa; ao meio-dia, age; à tarde, come; à noite, dorme.

Não esperes senão veneno das águas estagnadas.

Nunca saberás o que é bastante se não souberes o que é mais que bastante.

Os olhos de fogo, as narinas de ar, a boca de água, a barba de terra.

É forte em astúcia o fraco em coragem.

Exuberância é Beleza.
(...)


 
William Blake, “Proverbs of Hell”, The Marriage of Heaven and Hell, in “Vozes da Poesia Europeia – II”, traduções de David Mourão-Ferreira, Colóquio-Letras, número 164, maio-agosto de 2003, pp.218-221.



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