Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs

Antigo blogue do projeto novasoportunidades@biblioteca.esjs, patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian
Escola Secundária José Saramago - Mafra

sexta-feira, 15 de junho de 2012

SALOIOS II

Recanto Saloio, Edmundo Cruz
Imagem daqui.

 
"À medida que a reconquista pelos nossos reis prossegue no Sul, mais sangue árabe é incorporado na população que para aí se desloca e mais intensa a aculturação.
E no plano civilizacional, repetimos, os cristãos, em todos os domínios, tinham no caso muito mais a receber do que a dar.
Daí que, avançando embora a reconquista, verdadeiras ilhas árabes fossem ficando em campo cristão, ilhas cada vez mais numerosas e, certamente, mais influentes.
É que, não tendo os nossos reis gente que pudesse povoar todos os nichos vagos dos novos territórios, não podiam dispensar mão-de-obra e capacidades tão desenvolvidas. Por outro lado, também os mouros só com muita relutância abandonavam a terra que os vira nascer. Tal preocupação nota-se desde o início: D. Afonso Henriques, alarmado com os desmandos dos assaltantes cristãos que, aquando da conquista de Lisboa, não terão hesitado em matar o bispo que aí existia sob o domínio muçulmano, entendeu proteger os mouros, por carta de segurança de 1170, proibindo que fossem molestados. São esses mouros, então numerosos nos campos de cultivo em volta da cidade, os antepassados dos saloios."
Adalberto Alves, O Meu Coração é Árabe, Lisboa, Assírio & Alvim, 1991, pp. 22-23.

Sem comentários:

Enviar um comentário