James Joyce (Dublin, 2 de fevereiro de 1882 — Zurique, 13 de janeiro de 1941)
“O
elegante mundo internacional compareceu en masse ao casamento de chevalier
Jean Wyse de Neaulan, alto grão-mestre dos Floresteiros Nacionais Irlandeses,
com a senhoria Abeta Conifer Pinheiro do Vale. Lady Silvestre Olmedo, a senhora
Bárbara do Vidoeiro Amado, a senhora Pontal do Freixo, a senhora Azevinho
Avelaneda, a senhorita Dafne Loureiro, a senhorita Doroteia Canabrava, a
senhora Clyde Arboredo, a senhora Rowan Verdasco, a senhora Helena Vinívaga, a
senhorita Virgínia Coleante, a senhorita Gládis Faia, a senhorita Olívia Jardim,
a senhorita Branca Bordácer, a senhorita Maud Mógono, a senhorita Mira Murta, a
senhorita Priscila Sabugueiro, a senhorita Melissa Pitamel, a senhorita Graça
do Choupo, a senhorita O. Mimosa Sena, a senhorita Raquel Ramalho do Cedro, as
senhoritas Lília e Viola Lírio, a senhorita Temuda Salgueiro, a senhorita
Pequenita Limo-Aljofreira, a senhorita Maia Pilriteira, a senhora Gloriana
Palma, a senhora Liana Floresta, a senhora Florabela Montenegro e a senhora
Norma Sancarvalho Régis do Carvalhal enfeitaram a cerimónia com a sua presença.
A noiva que foi levada ao altar por seu pai (…) ostentava-se esplendidamente
encantadora numa criação executada em seda mercerizada verde, armada por uma
anágua cinza crepuscular, capeada num amplo xaile esmeralda e arrematada com
tríplices babados de franjas mais escuro-matizadas, o conjunto sendo realçado
por entremeios e anquinhas bronze glande. As daminhas de honor (…) luziam
vestidos muito atraentes do mesmo tom, num delicioso motif de rosa penugem incrustado nas pregas em
listinhas e caprichosamente repetidos nos toucados verde-jade em forma de
plumagem de garça coral pálido. O senhor Enrique Flor regeu o órgão com sua
renomada competência e, ademais dos números prescritos para a missa nupcial,
executou um novo e vibrante arranjo do Lenhador, Poupa Essa Árvore na condução do ofício. Em deixando a Igreja
(…) o feliz par foi objecto de um álacre fogo-cruzado de avelãs, fagoeiros,
folhas de louro, amentilhos de salgueiro, brotos de hera, bagas de azevinho,
renovos de visco (…). O senhor e a senhora Wyse Conifer Neaulan gozarão de uma
tranquila lua-de-mel na Floresta Negra.”
James Joyce, Ulisses, tradução brasileira
de António Houaiss (com actualização ortográfica),
Lisboa, Difel, 1992, pp.245-246.
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