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Escola Secundária José Saramago - Mafra

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

EMMANUEL NUNES, COMPOSITOR

Quodlibet (1ª parte)
Emmanuel Nunes: Lisboa, 31 de agosto de 1941 - Paris, 2 de setembro de 2012


Pedro Amaral, compositor e maestro, fala sobre Emmanuel Nunes, mestre com quem trabalhou de perto:
Como era ele nos ensaios de concertos com obras suas?
Curiosamente, era pouco interventivo. O Emmanuel, se sentia que havia respeito pela sua obra, pedia só algumas coisas muito específicas. Os ensaios serviam-lhe sobretudo para ouvir a sua própria música. (…)

E como pedagogo, era exigente?
Sim, mas não no sentido de um mestre-escola. Aliás o Emmanuel dava poucas aulas de técnica. Em vez disso, adotava uma postura mais filosófica, quase psicanalítica. De tal modo que, ou “bebias” tudo e aproveitavas muito, ou então não aproveitavas nada! O método dele passava por colocar o aluno frente a si próprio, com uma interrogação muito típica: “A que corresponde em ti isto que estás a fazer?” Com isto abria espaço para que escavássemos dentro de nós próprios e descobríssemos em nós o nosso guia, o nosso mestre, de modo a que aquilo que escrevêssemos fosse sempre o mais coerente possível com aquilo que somos.”
“Alegações Finais”, in Diário de Notícias, 3 de setembro de 2012, p. 56.

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